Future Places: o “medialab” que discute o futuro volta ao Porto

Misturar a sociedade com a tecnologia, cultura e investigação. A 8.ª edição do Future Places acontece no Porto, entre 20 e 24 de Outubro, com "workshops", exposições, performances e concertos com entrada livre

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E se ouvisses uma composição musical composta por textos académicos? Parece estranho, mas é possível. O Futures Places está de volta ao Porto e a finalidade é, de acordo com o curador do "medialab", estabelecer "pontes improváveis” entre diferentes áreas como a cultura e a tecnologia. Académicos, investigadores, músicos e todos os cidadãos estão convidados a participar numa troca de impressões, saberes e experiências sobre os novos media.

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E se ouvisses uma composição musical composta por textos académicos? Parece estranho, mas é possível. O Futures Places está de volta ao Porto e a finalidade é, de acordo com o curador do "medialab", estabelecer "pontes improváveis” entre diferentes áreas como a cultura e a tecnologia. Académicos, investigadores, músicos e todos os cidadãos estão convidados a participar numa troca de impressões, saberes e experiências sobre os novos media.

Heitor Alvelos explicou ao JPN que o projecto, criado em 2008 como festival de medias digitais, existe sobretudo para “emancipar os cidadãos para os novos media” e fazer “acreditar que estes servem a sociedade e a cultura e não o contrário”. Se numa primeira fase o trabalho desenvolvido para o projecto é realizado a nível académico através da investigação, numa segunda fase é apresentado à cidade para permitir a investigadores convidados e a todos uma “produção de conhecimento” mútua.

Assim, o Futures Places regressa para a 8.ª edição entre os dias 20 e 24 de Outrubro e ocupa espaços como a reitoria da Universidade do Porto (UP), o cinema Passos Manuel, o Pólo de Indústrias Criativas (PINC) do UPTEC, a galeria Dama Aflita, entre outros. O curador do "medialab" sublinha que as intervenções do Futures Places são destinadas a todos, ainda que possa existir a “necessidade de conhecimento prévio” sobre determinados assuntos.

O festival abre com a intervenção de uma das convidadas: Anabela Duarte, ex-vocalista dos Mler Ife Dada, é investigadora da University of London e desafia os académicos a aliar as duas áreas que lhe são próximas — a música e a investigação. "Vox Express" pretende transformar a linguagem científica que é associada às conferências num contexto mais expressivo: o de um concerto. Para participar é necessário que os participantes tenham realizado algum trabalho académico, para poderem trazer consigo o "abstract" que irão “representar”.

No mesmo dia, 20 de Outubro, será lançado na reitoria da UP o projecto “Porto Pelo Porto”, um trabalho de etnografia urbana e investigação científica que pretende convergir as múltiplas representações no termo “Porto” existente na cidade. Além da exposição, será nesse dia inaugurado um site onde qualquer pessoas poderá contribuir, com o envio de fotografias para o arquivo sobre a cidade, ou melhor, sobre o nome da cidade.

Outro dos momentos de destaque será a instalação de Miguel Januário, isto é, ±MAISMENOS±, na entrada do PINC do UPTEC, na manhã do dia 22 de Outubro. O artista responsável pelo “Quem és, Porto?”, o maior painel de azulejos comunitário da cidade, apresenta agora ±REC(LAIM) THE FUTURE±, um projecto que pretende investigar o “design e a comunicação enquanto catalisadores de transformação social e política”. O programa, disponível na página do festival, conta ainda com a apresentação “In the box or out of the box?” de Jono Podmore, produtor, arquivista e professor de música britânico, sobre as técnicas de gravação e remistura, com enfoque na relação entre os meios digitais e analógicos.

A rádio Manobras Futuras fará, como já é habitual, o registo sonoro de todo o festival, uma iniciativa da UP e do UPTEC no âmbito programa UTAustin-Portugal.