Londres recusa "passagem segura" para Assange fazer ressonância magnética
Reino Unido diz que o fundador do WikiLeaks pode sair quando quiser, mas será detido. Equador acusa Londres de "falha na defesa dos direitos humanos".
O fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, que está há mais de três anos retido na embaixada do Equador em Londres, viu recusado um pedido de imunidade temporária para ser visto num hospital.
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O fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, que está há mais de três anos retido na embaixada do Equador em Londres, viu recusado um pedido de imunidade temporária para ser visto num hospital.
Segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros do Equador, Ricardo Patino, a embaixada pediu uma "passagem segura" para que Assange, de 44 anos, pudesse ser submetido a uma ressonância magnética devido a uma "dor profunda" no ombro direito, que começou a sentir há três meses.
"O Governo britânico não está a apresentar propostas para que isso possa acontecer. É mais uma falha na sua protecção, e na defesa dos direitos humanos de um indivíduo", acusou o ministro dos Negócios Estrangeiros do Equador, citado pela agência Reuters.
"A resposta que tivemos foi que ele pode sair quando quiser para qualquer tratamento médico de que necessitar, mas o mandado de detenção europeu mantém-se. Por outras palavras, pode sair mas eles vão metê-lo na cadeia", disse Ricardo Patino.
"Esta pessoa precisa de ser submetida a exames para se perceber se a sua situação é grave. Não sabemos o que é que ele poderá ter, e eles não querem dar uma autorização que poderiam facilmente dar", disse o mesmo responsável.
O australiano Julian Assange entrou na embaixada do Equador em Londres em Junho de 2012 para escapar à extradição para a Suécia, onde é procurado por uma acusação de violação, que sempre negou. Duas queixas foram arquivadas em Agosto passado, mas uma terceira só prescreverá em Agosto de 2020.
O receio de Assange é que a Suécia o extradite depois para os Estados Unidos, onde poderia ser julgado por ter divulgado centenas de milhares de documentos confidenciais militares e diplomáticos em 2010 no site WikiLeaks.
Num comunicado emitido na noite de quarta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico admitiu que recebeu uma nota do Governo do Equador a assinalar que Assange precisa de "avaliação médica", e disse que não se opõe – mas não fez qualquer referência a uma possível suspensão do mandado de captura.
"Não pode haver dúvidas de que as autoridades britânicas nunca tentariam impedir o sr. Assange de receber tratamento ou aconselhamento médico. Deixámos isto perfeitamente claro perante o Governo do Equador."