Cinco momentos do debate
Durante duas horas só deu, quase sempre, Hillary Clinton e Bernie Sanders.
Clinton cata-ventos?
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Clinton cata-ventos?
Bem cedo no debate, o moderador Anderson Cooper apontou para um ponto fraco de Hillary Clinton, a sua reputação de mudar de posição em função da opinião pública: está você disposta a dizer o que tiver que ser para ser eleita?”
Habituada a esta crítica, a democrata respondeu que sempre defendeu os mesmos valores. Mas, disse, “como a maior parte dos seres humanos, incluindo os candidatos às eleições, é verdade que eu absorvo novas informações, observo aquilo que se passa no mundo”.
O capitalismo de casino
Um socialista estava em cena no debata, o senador Bernie Sanders, um facto suficientemente raro no país do capitalismo para ser ignorado durante o debate. “Se me considero um membro do processo capitalista de casino? Não”, explicitou Sanders. Hillary Clinton, por seu lado, atribui-se a si própria a missão de “salvar o capitalismo dele próprio”.
Os mails de Clinton
A saga do mail privado de Hillary Clinton, que ele preferiu utilizar em vez de uma conta oficial durante o tempo em que foi Secretária de Estado apesar das recomendações oficiais, também fez a sua aparição no debate, mas para ser imediatamente rejeitada como uma polémica artificial por… Bernie Sanders.
“Chega de emails! ”, respondeu o senador ao jornalista que lhe perguntou sobre o assunto. “O povo americano está farto e cansado de ouvir falar na porcaria dos seus e-mails!”, disse, virando-se para uma Hillary Clinton feliz por receber o apoio do seu adversário mais perigoso. “Obrigada. Eu também. Eu também. ”
Segundo o Facebook, este foi o momento mais discutido e partilhado naquela rede social.
A Dinamarca
Os candidatos evocaram o Médio Oriente, o Irão, a Rússia… e a Dinamarca, citada por Bernie Sanders pela sua política de licenças de maternidade e seguros de saúde.
“Nós não somos a Dinamarca”, respondeu Clinton. “Adoro a Dinamarca, mas nós somos os Estados Unidos da América e o nosso trabalho é limitar os excessos do capitalismo.
Os melhores inimigos
A CNN perguntou aos cinco candidatos para dizerem quais eram os inimigos que fizeram ao longo das suas carreiras e dos quais mais se orgulham. “A indústria do carvão”, para o ex-senador e governador Lincoln Chafee, o lobby das armas, a National Rifle Association (NRA), para o ex-governador Martin O’Malley. Para Jim Webb, antigo soldado americano, foi o soldado vietnamita que lhe lançou uma granada. Bernie Sanders respondeu Wall Street e a indústria farmacêutica.
Mas Hillary Clinton é que se fez aplaudir ao enumerar uma lista de inimigos proporcional à sua longa carreira política: “Para além da NRA, as seguradoras de saúde, as companhias farmacêuticas, os iranianos… provavelmente os republicanos.”