Vertigens
Enche o olho, na mesma medida em que uma atracção de feira bem pensada e imaginada também enche o olho.
O filme anterior de Zemeckis – Flight, com Denzel Washington – era interessante na sua modéstia e no seu lado adulto, como se o realizador, um dos mais acusados pela “infantilização” do cinema americano nos anos 80, aparecesse hoje como um oásis de maturidade num cinema genericamente cada vez mais pueril. O lado mais pueril – a atracção pela “proeza” – de Zemeckis acaba por vir ao de cima em The Walk.
Sendo um filme sobre “vertigens”, interessa-se mais pela vertigem do espectáculo (a “devolução” da sensação de caminhar a centenas de metros do chão, entre as Torres Gémeas) do que pela vertigem interior de Philippe Petit, o funâmbulo protagonista. Enche o olho, na mesma medida em que uma atracção de feira bem pensada também enche o olho. Mas à volta disso tem muito pouco.
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O filme anterior de Zemeckis – Flight, com Denzel Washington – era interessante na sua modéstia e no seu lado adulto, como se o realizador, um dos mais acusados pela “infantilização” do cinema americano nos anos 80, aparecesse hoje como um oásis de maturidade num cinema genericamente cada vez mais pueril. O lado mais pueril – a atracção pela “proeza” – de Zemeckis acaba por vir ao de cima em The Walk.
Sendo um filme sobre “vertigens”, interessa-se mais pela vertigem do espectáculo (a “devolução” da sensação de caminhar a centenas de metros do chão, entre as Torres Gémeas) do que pela vertigem interior de Philippe Petit, o funâmbulo protagonista. Enche o olho, na mesma medida em que uma atracção de feira bem pensada também enche o olho. Mas à volta disso tem muito pouco.