Pires de Lima diz que não há razão para duvidar do investimento da Volkswagen
O Estado tem “todo o interesse em manter-se ao lado da Autoeuropa”, frisa o ministro da Economia.
“Não temos nenhuma razão para duvidarmos ou estarmos ansiosos em relação a este investimento, tem sido sempre considerado pela Volkswagen como essencial ao desenvolvimento da sua actividade comercial”, afirmou António Pires de Lima, quando questionado pelos jornalistas sobre os impactos do escândalo da empresa alemã na fábrica portuguesa.
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“Não temos nenhuma razão para duvidarmos ou estarmos ansiosos em relação a este investimento, tem sido sempre considerado pela Volkswagen como essencial ao desenvolvimento da sua actividade comercial”, afirmou António Pires de Lima, quando questionado pelos jornalistas sobre os impactos do escândalo da empresa alemã na fábrica portuguesa.
O ministro da economia salientou que a Autoeuropa “está a executar o investimento tal como negociado com a AICEP”, um investimento em dois modelos do grupo alemão, com os motores homologados e que cumpram todos os requisitos ambientais, de cerca de 600 milhões de euros e que prevê a criação de mais 500 empregos directos.
“É evidente que o nível de actividade da Autoeuropa depende do sucesso destes modelos, destes veículos, da procura que haja por parte dos clientes da Volkswagen”, considerou o governante, defendendo a actividade da fábrica portuguesa.
Para Pires de Lima, o Estado “tem todo o interesse em manter-se ao lado da Autoeuropa para que possa concretizar nos timings e na dimensão previstas o investimento que não só assegura o emprego que temos hoje em dia na Autoeuropa, mas porventura permite a criação de mais 500 empregos directos”, afirmou o ministro.
O ministro disse ainda que a Volkswagen fez na quarta-feira “um anúncio genérico de assunção de responsabilidades e deu calendário entre Janeiro e Dezembro de 2016 para rectificar todos os motores de todos os veículos que neste momento tem motores com kit fraudulento”.
Segundo o ministro, o grupo de trabalho criado pelo Governo para assegurar a monitorização das acções decorrentes da fraude do grupo alemão está a reunir e a recolher elementos, de modo a que na próxima quinta-feira, dia 15, possa existir uma reunião plenária “para analisar um primeiro draft (rascunho) de avaliação e conclusões” sobre a situação.
O grupo Volkswagen detém em Portugal a fábrica da Autoeuropa, onde são produzidos os modelos Volkswagen Eos, Scirocco e Sharan e Seat Alhambra.
Em Março de 2014, o grupo anunciou um investimento de 670 milhões de euros e a criação de mais de 500 postos de trabalho para o período entre 2014 e 2019, que prevê também a vinda de novos modelos para a fábrica após a descontinuação do Volkswagen Eos e permite dobrar a produção e a capacidade de exportação da empresa.
A 18 de Setembro, a Agência de Protecção do Meio Ambiente dos Estados Unidos acusou a Volkswagen de falsear o desempenho dos motores em termos de emissões de gases poluentes através de um software incorporado no veículo.
Dois dias depois, a Volkswagen reconheceu ter falseado os dados e anunciou que 11 milhões de veículos do grupo em todo o mundo têm equipamento que permite alterar o desempenho dos motores em termos de emissões para a atmosfera, um escândalo que levou à demissão do presidente executivo do grupo, Martin Winterkorn, substituído por Matthias Mueller.