"Não é do interesse dos professores enganarem o sistema"
Três perguntas a Margaret E. Raymond
PÚBLICO: Com mais testes, não se corre o risco de os docentes ensinaram os alunos para responder às provas?
Margaret E. Raymond: É um risco, mas não é bom para ninguém que o façam. Sugiro que os professores sejam supervisionados para conhecermos o que realmente sabem os alunos. Não é do interesse dos docentes enganarem o sistema porque se o fizerem não saberemos que precisam de apoio, professores e alunos.
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PÚBLICO: Com mais testes, não se corre o risco de os docentes ensinaram os alunos para responder às provas?
Margaret E. Raymond: É um risco, mas não é bom para ninguém que o façam. Sugiro que os professores sejam supervisionados para conhecermos o que realmente sabem os alunos. Não é do interesse dos docentes enganarem o sistema porque se o fizerem não saberemos que precisam de apoio, professores e alunos.
Um docente com uma turma com melhores resultados não poderá ser beneficiado na sua avaliação?
Há sistemas noutros países que usam informação sobre a progressão dos alunos, mas também avaliam com base na formação do professor, na qualidade do ensino que ministra e no impacto que este tem. Ao avaliarmos os alunos dois anos seguidos estamos a avaliar o trabalho do professor, a sua capacidade de fazer os estudantes progredirem. O sistema que defendo prevê criar apoios para os professores, para que tenham formação e sejam recompensados. Os jovens que querem ser professores dizem que preferem ser remunerados conforme o sucesso que conseguem. Portanto, a progressão deve estar ligada a um sistema de compensação.
Num sistema como o que defende há espaço para outras áreas ou só para as disciplinas de Português, Matemática e Ciências?
Para todas as disciplinas há metas, mas nem todas as disciplinas precisam de ser avaliadas, todos os anos. No entanto, é importante demonstrar que os alunos estão a aprender e podemos avaliá-los através de projectos de turma ou trabalhos experimentais.