Renoir sabe pintar ou é uma treta?
Um protesto intitulado "Renoir Sucks" à porta do Museu de Belas-Artes de Boston exigiu a retirada dos quadros do pintor impressionista do museu.
O grupo de manifestantes envergava cartazes com dizeres como “ReNOir”, “Deitem-no abaixo! O Renoir não presta” e “Deus Odeia Renoir”. Ao jornal britânico The Guardian, Max Geller, o organizador do movimento apelidado "Renoir Sucks", explicou que “na vida real, as árvores são bonitas. Nos quadros de Renoir, as árvores são apenas uma colecção de rabiscos verdes”, questionando mesmo “porque é que tantas pessoas o consideram um bom pintor? Já olharam para os quadros dele?”.
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O grupo de manifestantes envergava cartazes com dizeres como “ReNOir”, “Deitem-no abaixo! O Renoir não presta” e “Deus Odeia Renoir”. Ao jornal britânico The Guardian, Max Geller, o organizador do movimento apelidado "Renoir Sucks", explicou que “na vida real, as árvores são bonitas. Nos quadros de Renoir, as árvores são apenas uma colecção de rabiscos verdes”, questionando mesmo “porque é que tantas pessoas o consideram um bom pintor? Já olharam para os quadros dele?”.
Max Geller defendeu que Renoir, um dos principais protagonistas do movimento impressionista, é considerado um bom pintor porque o seu trabalho está exposto em museus, mas uma análise cuidadosa das suas obras prova que essa ideia “mostra-se bastante falaciosa”. Justificou, ainda, que a ideia para o movimento surgiu-lhe numa visita à Barnes Foundation (Filadélfia, EUA), que acolhe uma vasta exposição do pintor descrita por Geller como “pilhas carregadas de calorias vazias”. Por fim, acrescentou que todas as outras obras do museu são “esmagadoramente bonitas”, declarando que “a decisão do Museu de Belas-Artes de Boston de expor obras de Renoir quando há claras obras-primas de verdadeiros mestres nas reservas, representa um acto de terrorismo estético”.
A conta do Instagram, chamada "Renoir Sucks at Painting", conta já com 4371 seguidores e 209 publicações, que mostram inúmeros close up de quadros do pintor com críticas nos comentários, bem como fotografias de membros do movimento de protesto fazendo caretas à frente de algumas obras.
Quem não ficou indiferente ao movimento foi a tetraneta de Renoir, que comentou uma das fotografias publicadas na conta: “Quando o teu tetravô pinta alguma coisa avaliada em 78,1 milhões de dólares… então poderás criticar. Até lá, é seguro dizer que o mercado livre se impôs e que Renoir não era mau pintor”.
Para Sebastian Smee, crítico de arte do jornal norte-americano Boston Globe, o protesto foi “bastante engraçado” mas não passou de um “choro por atenção coordenado”. Apesar de reconhecer que alguns quadros do pintor são “péssimos”, defende que Renoir “foi um dos artistas mais dotados da sua geração”. Destaca, ainda, a obra Bal à Bougival, lembrando que é uma das mais amadas de Boston e considerando-a “cheia de vida e cor e enamoramento, um quadro tão arrojado e amante da vida que qualquer pessoa se deixa seduzir sem sequer pensar”.
Editado por Isabel Salema