Cem pessoas morrem em naufrágio ao largo da Líbia
Corpos deram à costa em duas praias. Cerca de três mil pessoas morreram desde o início do ano no Mediterrâneo
O alerta partiu do Crescente Vermelho líbio, segundo o qual 85 corpos foram encontrados numa praia e outros dez noutra.
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O alerta partiu do Crescente Vermelho líbio, segundo o qual 85 corpos foram encontrados numa praia e outros dez noutra.
A Líbia é um dos principais portos de partida dos milhares que todos os anos arriscam a vida no Mediterrâneo para chegar à Europa. A instabilidade que reina no país, sem um exército nacional e dois governos rivais, é terreno propício para as redes de traficantes que, a troco de milhares de euros, prometem levar para a Europa quem foge da guerra ou procura uma vida melhor, colocando-os em barcos apinhados, velhos ou demasiado frágeis para as condições do mar.
Nos últimos meses, as atenções têm estado centradas nos refugiados que chegam às ilhas gregas do Egeu vindos da Turquia – uma travessia mais curta –, mas muitos milhares continuam a usar a rota que liga as costas da Líbia à ilha italiana de Lampedusa. E centenas continuam a ser resgatadas do mar todos os dias pelas operações da agência europeia de fronteiras, Frontex, e da Guarda Costeira italiana – só na segunda-feira, 1830 pessoas foram encontradas em quatro barcos e duas lanchas pneumáticas que estavam à deriva junto à costa da Líbia.
Segundo o últimos números da OIM, quase 560 mil pessoas chegaram desde o início do ano à Europa através do Mediterrâneo, mar que foi fatal para 2987 pessoas - quase três quartos do total de 4093 migrantes que morreram em todo o mundo em 2015, até agora. "O Mediterrâneo continua a ser a rota mais mortífera para os migrantes no nosso planeta", afirmou William Lacy Swing, director geral da OIM. "Esta perda de vidas é desnecessária, completamente evitável e absolutamente inaceitável."