Análise dos resultados distrito a distrito
Um país dividido a meio entre PaF e PS e com o Bloco de Esquerda a ultrapassar a CDU.
Aveiro: Todos com os mesmos deputados
Nem Paulo Portas foi o cabeça de lista, nem o CDS concorreu em nome próprio. A coligação PaF, com Luís Montenegro (o ainda líder parlamentar do PSD) como primeiro candidato a deputado, venceu em Aveiro, com 48%. Em 2011, PSD e CDS tinham obtido bem mais (44,4%+12,8%), mas a PaF manteve os dez deputados de então (8+2). O PS continua com cinco e o BE cresce, mas mantém só um. Álvaro Vieira
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Aveiro: Todos com os mesmos deputados
Nem Paulo Portas foi o cabeça de lista, nem o CDS concorreu em nome próprio. A coligação PaF, com Luís Montenegro (o ainda líder parlamentar do PSD) como primeiro candidato a deputado, venceu em Aveiro, com 48%. Em 2011, PSD e CDS tinham obtido bem mais (44,4%+12,8%), mas a PaF manteve os dez deputados de então (8+2). O PS continua com cinco e o BE cresce, mas mantém só um. Álvaro Vieira
Beja: Os mesmos mandatos, com subida do PS
A distribuição de mandatos foi exactamente a mesma de 2011: PS, PCP e PaF elegeram por esta ordem respectivamente um deputado. Há quatro anos a soma de PSD e CDS atingiu quase os 31%. Agora, em coligação chegaram apenas a 20,11%. Tal como há quatro anos, o PS ganhou neste distrito, passando de 29,79% para 37,29%. O resultado dos comunistas é praticamente idêntico – 25,39% (2011), 24,96 (2015). Raposo Antunes
Braga: PaF e PS descem, BE recupera mandato
Em 2011, o PSD conseguiu nove deputados e o CDS dois. Ontem, coligados, ficaram-se pelos dez. Quem ganhou um lugar foi o BE, que reconquista o deputado perdido em 2011, duplicando o resultado de há quatro anos. Sem perder lugares, o PS perde porém 14 mil votos neste distrito, onde o BE ultrapassa a CDU e torna-se a terceira força política, passando de 20.488 votos para mais de 41 mil nestas legislativas. Victor Ferreira
Bragança: Coligação desce mas mantém deputados
A Coligação Portugal à Frente caiu abaixo da barreira dos 50% em Bragança, obtendo menos 2,5% dos votos obtidos pelo PSD sozinho em 2011. Em termos globais, o PaF viu a sua votação reduzida em 13,66% dos votos, que foram para o PS (ganha 8%), mas também para o Bloco, que sobe de 2,3% para 5,5%. Em termos de mandatos, porém, tudo continua na mesma: a Coligação elege dois deputados e o PS 1. Manuel Carvalho
Castelo Branco: PS ganha por pouco e Bloco duplica
Os socialistas recuperam a liderança em Castelo Branco, mas os quatro mandatos do distrito distribuem-se da forma equitativa habitual: dois para o PS e dois para o PSD, no caso coligação Portugal à Frente. Mas a grande novidade no distrito onde o PS costumava ter Sócrates como cabeça de lista é mesmo o resultado do BE que duplica a votação de 2011 e consegue o seu melhor resultado de sempre aqui. A.V.
Coimbra: Bloco reenvia Pureza à AR
Não chegou aos 10,7% de 2009, mas o resultado de 9,89% obtido pelo BE em Coimbra permite-lhe reenviar José Manuel Pureza para o Parlamento. A coligação PaF vence no distrito, mas elege apenas 4 deputados, perdendo dois face aos seis do PSD e CDS em 2011 (5+1). O PS passa de 3 para 4 deputados, que o Bloco não o deixou fazer melhor. A CDU sobe ligeiramente, para os 7%. A.V.
Évora: Socialistas crescem no Alentejo
O PS mantém apenas um deputado, mas cresce em percentagem, passando de 29,07% para 37,53. No sentido inverso esteve a coligação que elegeu também deputado com 23,94%, quando em 2011 só o PSD obteve 27,47% e o CDS 8,7%. Com um resultado da mesma ordem de grandeza, a CDU passou 22,06% para 21,91%, mantendo o terceiro deputado deste distrito. Também aqui o BE cresceu. R.A.
Faro: Socialistas ultrapassam PaF
O PS duplicou o número de deputados em relação a 2011, passando de dois para quatro e é a força mais votada com 32,77%. Já o PaF (31,47) elegeu três quando, em 2011, PSD e CDS tinham conseguido cinco (quatro do PSD e um do CDS). PCP e BE mantêm um deputado cada, com uma diferença: o BE passou a ser a terceira força mais votada (de 8,16% para 14,13%) e a CDU manteve um resultado na casa dos 8%. R.A.
Guarda: PS recupera deputado
O PS reconquistou o mandato perdido em 2011 para o PSD e o distrito da Guarda volta a enviar dois deputados socialistas e dois sociais-democratas para S. Bento. A coligação PaF perdeu cerca de 14 mil votos, face à soma das votações de PSD e CDS em 2011, mas segurou a vitória. Até porque o PS só ganhou mais 2500 votos. O BE mais do que duplica a votação (7,4%), a CDU mantém-se abaixo dos 4%. A.V.
Leiria: Tudo como dantes, com excepção do BE
Só mesmo o Bloco de Esquerda forçou a mudança eleitoral no distrito. Tal como em 2011, o PS ficou em segundo (mais oito mil votos, mas os mesmos três deputados. PSD e CDS traziam 147 mil votos na bagagem e agora, coligados, têm 115 mil. A CDU imita o resultado de 2011 (zero deputados) e o BE consegue um mandato, que tinha perdido em 2011, somando quase dez mil votos aos 13.351 obtidos em 2011. V.F.
Lisboa: António Costa perde no seu concelho
O ex-presidente da Câmara de Lisboa acabou por perder no seu próprio concelho em votos. No distrito, o PaF também ganhou em votos, mas PS e coligação acabaram empatados nos mandatos: 18 para cada. O BE quase duplicou (de 5,72% para 10,89%), passando de 3 para 5 deputados. A CDU teve um score idêntico a 2011 (de 9,55% para 9,83%) e segurou os 5 deputados. O PAN foi a novidade ao eleger um parlamentar. R.A.
Portalegre: PSD e CDS coligados perdem 9 mil votos
A distribuição de mandatos iguala a de 2011 (um para PS e outro para PSD, agora coligado com o CDS). Já os votos registam mudanças significativas. Desta vez ganhou o PS que, há quatro anos, perdeu para o PSD por 14 votos, e que agora ganha ao PSD e ao CDS (coligados conseguem 16 mil votos, em 2011 somaram mais de 26 mil). O BE duplica o resultado de 2011, mas sem passar a CDU, ainda em terceiro lugar. V.F.
Porto: Bloco e CDU com mais mandatos
As más notícias para a Coligação acabaram numa dádiva para o Bloco e a CDU. PSD e CDS perderam quase 10% (ficaram nos 39.5%, com 17 deputados), mas dessa fatia o PS recolheu apenas 0,7% e manteve-se nos 32% (14 deputados). O BE passou de 5,13% para 11,4%, aumentando o número de deputados de dois para cinco. A CDU cresceu apenas 0,6%, o suficiente para passar de dois para três deputados. M.C.
Santarém: Bloco de Esquerda recupera deputado
Num distrito que perdeu um deputado para Setúbal (elegia 10 e passou a eleger 9), o BE quase duplica, passa para terceira força e recupera o deputado perdido em 2011. A coligação PSD-CDS perdeu quase 40 mil votos. O PSD tinha cinco deputados e o CDS um, coligados ficam com quatro. O PS mantém os mesmos três mandatos, subindo oito pontos, e o PCP tem um resultado quase igual, com um deputado eleito. V.F.
Setúbal: Vitória categórica do PS
Os socialistas conseguem um triunfo expressivo num distrito que elege mais um deputado do que em 2011 (18 em vez de 17), transferido do círculo de Santarém. O PS ganha mais de 30 mil votos e passa de cinco para sete deputados. A coligação mantém os cinco deputados que pertenciam ao PSD, a CDU mantém os quatro e o BE, com mais 25 mil votos que há quatro anos, passa de um para dois mandatos. V.F.
Viana do Castelo: PS não passou da percentagem de 2011
O PS ficou abaixo dos 30% em 2011 e daí não saiu ontem. Os resultados dos socialistas colocam-nos 3% acima das anteriores eleições, sensivelmente a mesma margem de crescimento obtida pelo BE, perto dos 8%. Num distrito onde o CDS é forte (13.4% em 2011), a PaF conquistou 45.54% dos votos (menos 11%) e manteve os seus quatro deputados – como o PS, que conservou os seus dois. M.C.
Vila Real: PaF e PS mantêm número de deputados
Os dois partidos da Coligação resistiram mais à erosão eleitoral em Vila Real do que na generalidade do país. Juntos, perderam 8% dos votos de 2011, sem que o PS fosse capaz de capitalizar essa perda – aumentou quase 4%, obtendo 33,09% dos votos contra 51,03% do PaF. O Bloco duplicou a votação e a CDU perdeu 0,10% dos votos. Com estes resultados, o PaF fica com três deputados e o PS com dois, como em 2011. M.C.
Viseu: Maioria absoluta no Pafistão
Chamaram-lhe Pafistão na campanha e é mesmo assim que o distrito de Viseu sai das legislativas de 2015. Há quatro anos, PSD e CDS valiam aqui mais de 60% dos votos e cinco mais um deputados. Agora a PàF fica-se pelos 51%, mas mantém os seis mandatos, deixando os restantes três ao PS. CDU e BE, que vinham empatados de 2011 nos 2,9%, sobem — o BE chega quase aos 7% — mas não elegem deputados. A.V.
Açores: PS conquista três deputados
Três deputados para o PS e dois para o PSD, foi a matemática da noite eleitoral, contrária ao que aconteceu em 2011, em que o PSD conseguiu a maioria. Com Carlos César como cabeça-de-lista, os socialistas açorianos conseguiram 40,37%, elegendo ainda Lara Martinho e João Castro. Já o PSD ficou-se pelos 36,06% elegendo além da ex-presidente da câmara de Ponta Delgada, António Ventura. Márcio Berenguer
Madeira: PSD perde um deputado, CDS sem líder
Três para o PSD, dois para o PS, um para o BE e ‘menos-um’ líder para o CDS. Feitas as contas, fica a derrota estrondosa do CDS – perdeu o único deputado que tinha, obrigando o líder regional José Manuel Rodrigues a apresentar a demissão –, a meia-vitória do PS, que conseguiu eleger um segundo deputado e o fenómeno Bloco, que, pela primeira vez conseguiu eleger um representante para o Parlamento. Márcio Berenguer