Estado Islâmico destrói o milenar Arco do Triunfo de Palmira

Responsável máximo pelas antiguidades na Síria diz que construção com 2000 anos tem um destino igual ao dos dois grandes templos de Bel e de Baal Shamin.

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O Arco do Triunfo de Palmira, uma das principais construções da era romana em Palmira, agora destruído Joseph Eid/Reuters

A notícia foi transmitida no domingo à Reuters pelo director-geral das Antiguidades e Museus na Síria, Maamoun Abdulkarim, sediado em Damasco, e mais tarde confirmada por activistas à AFP e ao Observatório Sírio dos Direitos Humanos.

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A notícia foi transmitida no domingo à Reuters pelo director-geral das Antiguidades e Museus na Síria, Maamoun Abdulkarim, sediado em Damasco, e mais tarde confirmada por activistas à AFP e ao Observatório Sírio dos Direitos Humanos.

A confirmarem-se estas informações, o Arco do Triunfo de Palmira, erguido no século I, tem agora o mesmo destino dos dois principais monumentos na cidade milenar, os templos de Bel e de Baal Shamin, detonados em Agosto pelo autoproclamado Estado Islâmico, e de três das suas mais bem preservadas torres funerárias, destruídas em Setembro.  

“É como se uma maldição se tivesse apoderado desta cidade”, afirmou Abdulkarim à Reuters. Se os jihadistas continuarem no poder em Palmira, assegura, “a cidade está condenada”.

Os extremistas têm usado a cidade como palco mediático. O grupo não tolera símbolos de culturas e religiões que não sejam do islão, o que considera apostasia, e está agora a servir-se da importância arqueológica e cultural de Palmira para o afirmar com impacto.

A riqueza de Palmira, Património Mundial da UNESCO e um dos mais importantes locais históricos no Médio Oriente, no passado um ponto fundamental na Rota da Seda, deve-se em grande medida às influências de várias religiões e à sua arquitectura greco-romana com influências persas.

O Estado Islâmico capturou a cidade em Maio ao Exército sírio, que diz ter levado consigo centenas de estátuas antes de bater em retirada. Os aviões de Bashar al-Assad, agora mais eficazes com o armamento dado pela Rússia, bombardearam várias posições do grupo extremista nas últimas semanas de Setembro.

Irina Bokova, directora-geral da UNESCO, disse depois da destruição do templo de Baal Shamin que as acções do Estado Islâmico em Palmira são um “crime de guerra”. “Peço à comunidade internacional que se erga unida contra esta persistente limpeza cultural”, disse então a responsável.