É uma cenoura que não é uma cenoura e que até tem um festival na Covilhã

A 8ª Edição do Festival da Cherovia arranca esta quinta-feira e termina no domingo.

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Eduardo Cavaco menciona a importância do evento na “revitalização do centro antigo da cidade” e na continuidade da produção da cherovia, já que se estava a “perder a tradição do cultivo desta raiz”. O vereador da Cultura da Câmara Municipal da Covilhã, Jorge Torrão, considera que este é um festival que trará benefícios à comunidade, já que alia um “grau de modernidade a uma ancestralidade rural”.

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Eduardo Cavaco menciona a importância do evento na “revitalização do centro antigo da cidade” e na continuidade da produção da cherovia, já que se estava a “perder a tradição do cultivo desta raiz”. O vereador da Cultura da Câmara Municipal da Covilhã, Jorge Torrão, considera que este é um festival que trará benefícios à comunidade, já que alia um “grau de modernidade a uma ancestralidade rural”.

Para além das barraquinhas onde se podem saborear mais de 300 receitas à base de cherovia, o festival conta com animação diurna e nocturna: desde concertos e animação de rua, concursos gastronómicos, exposições, artesanato e até mesmo o lançamento de um livro. Em destaque neste “festival da criatividade gastronómica”, como lhe chama Eduardo Cavaco, estão também os live cookings. São sessões de culinária ao vivo que permitem partilhar algumas destas receitas de cherovia – entradas, sopas, pratos principais e doces – com o público. Outra novidade do evento é o circuito de arte urbana WOOL, com sete obras diferentes integradas no recinto do festival.

O festival, de entrada gratuita, é organizado pela Câmara Municipal da Covilhã, a Associação Cultural Desertuna e a Banda da Covilhã. Os responsáveis esperam que a festa supere as 20 mil visitas que houve o ano passado mas tudo dependerá das condições climatéricas.

É em Ferro, uma freguesia da Covilhã, que se produzem mais de vinte toneladas de cherovia por ano. Eduardo Cavaco afirma que “o terreno e o clima da região são os principais factores na produção da cherovia mais saborosa do mundo”. De nome científico Pastinaca Sativa, a cherovia não se desenvolve em climas quentes, daí que a zona da Cova da Beira seja ideal para o cultivo deste alimento, cuja introdução na cultura gastronómica terá sido feita durante as invasões francesas. Trata-se de uma raiz que está enraizada, passe-se a redundância, nas tradições gastronómicas do concelho da Covilhã e que já chegava à mesa beirã antes da introdução da batata na cultura portuguesa. Como a batata se adapta mais facilmente a climas amenos, o seu sucesso foi rápido, acabando por tirar terreno à cherovia. Mas nunca lhe tirou a fama de iguaria beirã. 

Texto editado por Ana Fernandes