Constituição de empresas cresceu 8,2% até Setembro
Insolvências mantêm a tendência de descida e empresas estão mais cumpridoras.
O número de novas empresas aumentou em todas as regiões, na quase totalidade dos sectores, adianta a consultora, acrescentando que, nos últimos 12 meses, nasceram 2,4 empresas por cada uma que encerrou.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O número de novas empresas aumentou em todas as regiões, na quase totalidade dos sectores, adianta a consultora, acrescentando que, nos últimos 12 meses, nasceram 2,4 empresas por cada uma que encerrou.
De acordo com a Informa D&B, no período em análise ocorreu uma mudança no perfil das empresas criadas: “As start-ups são tendencialmente mais pequenas e, algumas apostam logo em mercados mais globais (10% das start-ups exportam no primeiro ano de vida)”. “Adicionalmente, refere o estudo, adoptam novos paradigmas de gestão, entre os quais se destaca a questão do género: são as empresas mais novas que têm maior participação de mulheres na liderança - 31% versus 26,8% nas empresas maduras”.
Teresa Cardoso de Menezes, directora-geral da Informa D&B, defende que para o crescimento contribuiu “a facilidade em abrir uma empresa”, que permitiu “a realização de iniciativas para testar o mercado com um produto ou um conceito que, se não tiver sucesso, não se traduz numa grande perda de investimento”. “É uma situação que encontramos noutros mercados de cariz tradicionalmente empreendedor, como o norte-americano, que apela e facilita a iniciativa individual. E a verdade é que dois terços dos empreendedores estão a criar a sua primeira empresa”, adianta.
O relatório da Informa D&B conclui ainda que se está a verificar um período de renovação do tecido empresarial, com a restruturação de alguns sectores. O alojamento e restauração é um exemplo deste fenómeno, ao verificar-se um acumulado de 1064 encerramentos, no mesmo período em que foram constituídas 3370 novas empresas (14,7%). No balanço, nasceram 2,6 empresas por cada uma que encerrou.
Outro exemplo é o Sector Agrícola, onde entre Outubro de 2014 e Setembro de 2015, nasceram 5,9 empresas por cada uma que encerrou. Também nas telecomunicações, as constituições subiram 20,4% (com 821 empresas constituídas) e nas actividades imobiliárias (21,9%, tendo nascido 1601 empresas).
Entre Janeiro e Setembro continuaram a nascer mais empresas nos sectores de serviços (9281 empresas, 31,8% do total de constituições) e retalho (4514 empresas, 15,5% do total das constituições), o que já se verificava em 2007. O alojamento e restauração (11,5%) passou para o terceiro lugar, que era ocupado pela construção em 2007.
Assiste-se também a uma evolução positiva no cumprimento dos prazos de pagamento das empresas. Até Setembro de 2015 registou-se uma redução do número médio de dias de atraso face ao prazo acordado (de 28,6 dias no primeiro trimestre para 25,5 dias no terceiro trimestre) e um aumento da percentagem de empresas que pagam dentro dos prazos (de 17,6% no primeiro trimestre para 21% no terceiro trimestre de 2015).
De acordo com a Informa D&B, outro indício da maior disciplina das empresas e da recuperação do sector privado português é a descida do número de insolvências, que se observa desde 2013. Entre Janeiro e Setembro, registaram-se 3233 insolvências, menos 1,3% do que no período homólogo anterior.
Teresa Cardoso de Menezes recorda que “o número de insolvências aumentou sempre desde 2007 até 2012, ano em que, em pleno Plano de Assistência Económica e Financeira (PAEF), atingiu o valor mais alto dos últimos oito anos (2007-2014). Na segunda metade do período do PAEF dá-se a inversão desta tendência e em 2014 a queda é a mais acentuada (20,6%)”.