Passos e Portas reclamam vitória, querem formar Governo mas falam em diálogo com PS
Líder do PSD diz que vai comunicar ao Presidente da República a disponibilidade para governar.
“Tomarei a iniciativa de procurar no Parlamento entendimentos com o PS para as reformas necessárias para a sociedade portuguesa”, afirmou Passos Coelho, na sede de campanha da coligação, num hotel em Lisboa.
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“Tomarei a iniciativa de procurar no Parlamento entendimentos com o PS para as reformas necessárias para a sociedade portuguesa”, afirmou Passos Coelho, na sede de campanha da coligação, num hotel em Lisboa.
Na sua intervenção, o líder social-democrata reconheceu que falhou a maioria, mas que está disponível para compromissos. “Não deixarei de fazer tudo ao nosso alcance, aos que nos confiaram a missão de governar, procurando os compromissos indispensáveis para dar estabilidade às políticas dos últimos quatro anos, de recuperação económica”, disse, assegurando que interpreta os resultados “com humildade”.
Passos Coelho anunciou que vai fazer o “indispensável” para “comunicar ao Presidente da República que a força mais votada está disponível para formar governo”. E deixou um aviso: “Seria estranho que quem ganhasse as eleições não pudesse governar.” Mas disse ter consciência de que o Parlamento será mais exigente: “Os tempos não foram fáceis e os próximos serão desafiantes.” Passos Coelho mostrou-se disponível para “ir ao encontro do PS” e da sua “filiação europeia”, mas reiterou a intenção de apresentar um Orçamento para 2016 com um défice abaixo dos 3%.
Portas fala em compromisso
Na sua intervenção, antes do discurso de Passos Coelho, Paulo Portas disse que a coligação irá “saber ler e respeitar” a vitória mas sem maioria absoluta. “Estou certo de que esse compromisso que já marcou o diálogo social estará presente e se reforçará”, afirmou. O líder do CDS lembrou que o PS pediu expressamente uma maioria absoluta e que sofreu uma “derrota”. E advertiu contra a possibilidade de o PS vir a transformar essa derrota “numa espécie de vitória de secretaria” e chamou a atenção para a hipótese “de tentar impor uma maioria negativa a um país que está em recuperação e que não merece que o espírito de facção de sobreponha ao interesse nacional”.
Dos dois líderes, o presidente do CDS foi o único que se referiu à sua bancada, dizendo que o CDS “por si ou ex-aequo pode ser o terceiro grupo parlamentar logo após o PSD ou PS”. E sublinhou o espírito de compromisso. “Não vale por isso a pena apelar a qualquer insurreição. Os portugueses não perdoariam que a sua vontade fosse desrespeitada e que se promovesse qualquer guerrilha a crédito. É tempo de união, de compromisso e de equilíbrio”, afirmou.