As três condições do BE para negociar com o PS não são o “programa todo”

A visita pela zona da Sé no Porto teve como objectivo alertar para a importância da reabilitação urbana, para que seja “feita em nome do direito à habitação” e da “criação de emprego”.

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Daniel Rocha

No fim da visita, aos jornalistas, a cabeça de lista pelo Porto ressalvou que aquelas três condições não representam o programa todo deste partido: “O nosso programa é muito mais vasto”, afirmou, deixando assim aberta a porta para cedências noutros temas que não aqueles.

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No fim da visita, aos jornalistas, a cabeça de lista pelo Porto ressalvou que aquelas três condições não representam o programa todo deste partido: “O nosso programa é muito mais vasto”, afirmou, deixando assim aberta a porta para cedências noutros temas que não aqueles.

As três condições – não facilitar despedimentos, não reduzir pensões, não descapitalizar a Segurança Social – são “essenciais”, mas apenas o “início da conversa”, explicou a candidata. “O resto da população gostaria de saber quais são as condições que os outros partidos põem”, disse Catarina Martins, acrescentando que, “quando os outros partidos não dizem ao que vêm, as pessoas sabem que não podem confiar inteiramente” o seu voto.

O BE, reiterou, “assumirá todas as responsabilidades para um governo que possa salvar Portugal, rompendo com a austeridade”. E, no dia a seguir às eleições, as pessoas podem ter a certeza que o seu voto no Bloco “não será traído”.

Questionada sobre o facto de o líder da coligação de direita, Passos Coelho, não excluir uma fusão parlamentar com o CDS, segundo avança o jornal Expresso, Catarina Martins afirmou que “não ficava mal” a esta coligação “assumir o que é” e acusou mesmo a direita de estar a fazer uma campanha de jogos de sombras, de enganos e de “agora também querer disfarçar os partidos num próximo arranjo parlamentar”. É mesmo, salientou, uma “falta de respeito pelas pessoas”.

A visita pela zona da Sé no Porto teve como objectivo alertar para uma das propostas do Bloco no que respeita à reabilitação urbana, para que seja “feita em nome do direito à habitação” e da “criação de emprego”.

“Vimos como tantas casas estão caídas no centro histórico do Porto. As pessoas vivem sem as mínimas condições de habitabilidade. E por isso também há cada vez menos gente a viver no centro histórico. E menos comércio tradicional.

Num ano, foram encerradas seis lojas a cada dia que passava no Porto”, disse Catarina Martins, considerando ainda que a reabilitação tem sido feita a “preços de luxo”, o que permite a especulação imobiliária, mas não é adequada aos salários do país. Além disso, não foi feita tendo em conta o “respeito” pelo património. Por isso, o Bloco defende uma outra política fiscal que proteja o direito à habitação e penalize quem especula, “fazendo casas que ninguém tem dinheiro para comprar” e que ficam vazias.