Costa “ao sabor do jogo político” no Porto
Banho de multidão para comitiva socialista na Rua de Santa Catarina.
O socialista não escondia o sorriso orgulhoso com a afluência que gerara no centro da cidade. Somou-se confusão, atropelo, suor e euforia à volta da caravana socialista durante os 45 minutos que esta levou a atravessar a rua de Santa Catarina.
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O socialista não escondia o sorriso orgulhoso com a afluência que gerara no centro da cidade. Somou-se confusão, atropelo, suor e euforia à volta da caravana socialista durante os 45 minutos que esta levou a atravessar a rua de Santa Catarina.
Recorrendo às tradicionais tácticas, o aparelho tratou de fazer o jogo político com o entusiasmo popular à volta do seu candidato. Soltou os bombos nas ruas, juntou os nomes sonoros da região para surgirem ao lado do líder – como Francisco Assis, Manuel Pizarro e a olimpica Rosa Mota - destacou os jotas para acenar bandeiras, largar confetis e largou o aparato no empedrado.
Chegado ao fim, num palanque improvisado deixou a mensagem lancinante dos últimos dias. “Não podemos deixar ao sabor dos jogos políticos a decisão que só ao povo cabe tomar. E para que ninguém queira subverter a vontade popular”, gritava para os apoiantes.
Mas, resultado da desorganização, foi um secretário-geral “ao sabor” do habitual jogo do empurra, do abraço e da euforia. Abafado e apertado, o socialista, sorridente, ia beijando os que lhe surgiam pela frente, assinando autógrafos em biografias, suportando que o levantassem em ombros e parando de vez em quando para respirar e limpar o suor.
A dada altura, a confusão era tanta que o cordão que tentava proteger o líder já irritava, pisava e magoava quem tentava chegar a Costa. O director de campanha fazia de escudo humano. Teve de ser o filho do candidato, Pedro Costa, a meter ordem nas tropas. “Levantem a pressão que são vocês que estão a gerar o caos”, gritou para a fila de militantes a imitar guardas pessoais.
A mancha humana perdia impacto porque se dispersava ao longo da rua. Costa seguia no meio da massa, porque alguns jotas e apoiantes fugiam da confusão, seguindo uns metros à frente do secretário-geral. A caravana assistiu a um coordenador irritado a passar um raspanete aos jotas, para fossem para trás da cabeça da comitiva.