Mais de 94 mil carros em Portugal afectados pela fraude da Volkswagen
Os clientes da Audi, Skoda e Volkswagen serão contactados. Seat suspendeu vendas mas ainda não tem números.
A Volkswagen — a terceira marca que mais vende em Portugal — é a que tem mais carros afectados: 53.761 veículos. Os motores foram ainda usados em 31.839 carros da Audi e 8800 da Skoda. A Siva frisa que os motores em causa são os que foram feitos para a anterior norma europeia de emissões e que “os veículos novos, que cumprem a norma Euro 6, não estão afectados”.
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A Volkswagen — a terceira marca que mais vende em Portugal — é a que tem mais carros afectados: 53.761 veículos. Os motores foram ainda usados em 31.839 carros da Audi e 8800 da Skoda. A Siva frisa que os motores em causa são os que foram feitos para a anterior norma europeia de emissões e que “os veículos novos, que cumprem a norma Euro 6, não estão afectados”.
Num comunicado, a Siva disse que irá contactar os proprietários. “O Grupo Volkswagen anunciou que os veículos afectados foram identificados. Assim que soubermos que modelos/motorizações estão abrangidos, entraremos imediatamente em contacto com os clientes em causa”.
Já a Seat, que opera em Portugal separadamente do resto das marcas do grupo alemão, comunicou nesta terça-feira que vai suspender as vendas dos modelos que usam o motor associado aos testes fraudulentos. Serão retirados do mercado 50 automóveis que estavam para venda (um número muito reduzido: a marca vende 680 por mês).
“A Seat internacional decidiu suspender a venda dos motores EA189 até que o grupo decida se cumprem as normas europeias”, explicou Teresa Ladeiras, directora de comunicação da marca em Portugal. “Esta é uma medida preventiva”, ressalvou, notando que se as emissões dos carros estiverem conforme as limitações legais, estes serão repostos no mercado. A empresa ainda não sabe quantos carros com os motores EA189 foram vendidos em Portugal.
O Grupo Volkswagen começou a suspender as vendas dos carros cujos motores incluem o software de manipulação e está também a preparar a rectificação dos carros afectados que já foram vendidos. São duas medidas que irão pesar significativamente nos resultados do fabricante alemão, que assistiu a uma debandada dos investidores ao longo da última semana e meia. As acções do grupo continuaram a descer nesta terça-feira, tendo desvalorizado 4% em Frankfurt.
Em Espanha, as marcas Volkswagen, Audi e Seat anunciaram a suspensão das vendas. Também na Holanda e na Bélgica, os importadores das quatro marcas retiraram do mercado os carros afectados. O mesmo tinha já acontecido na segunda-feira em Itália. Por outro lado, as autoridades suíças tinham-se já adiantado e determinado a suspensão das vendas há alguns dias.
O grupo anunciou que vai informar os clientes “que as características das emissões dos seus veículos vão ser corrigidas num futuro próximo”, indicando que está a preparar uma chamada de carros às oficinas. A empresa disse ainda que as várias marcas vão apresentar, no próximo mês, “soluções técnicas e medidas às autoridades responsáveis” e que serão criados sites a nível nacional para manter os clientes informados.
Segundo o Centro de Arbitragem do Sector Automóvel, uma associação que agrega representantes do sector e dos consumidores, os proprietários de veículos que ainda estejam abrangidos pela garantia de dois anos podem reclamar a devolução do dinheiro .
Ao todo, estão afectados cerca de 11 milhões de veículos vendidos nos últimos anos, segundo as contas do grupo, que já prometeu números detalhados para cada mercado, mas cuja informação tem chegado a conta-gotas. O volume de carros afectados é significativo mesmo para aquele que se tornou o maior fabricante do mundo em termos de unidades vendidas. No primeiro semestre, o grupo vendeu 4,7 milhões de veículos de passageiros.
A Volkswagen é a maior marca do grupo e também a que tem mais veículos com o motor EA189: são cinco milhões de carros de passageiros (incluindo modelos populares como o Golf e o Passat) e 1,8 milhões de veículos comerciais. A Audi disse ter 2,1 milhões de automóveis afectados, ao passo que a Skoda tem 1,2 milhões.