Ensino Superior: aumento da procura dos privados chega aos 30%

Crescimento da procura do ensino superior contagia privados. Principais universidades particulares com aumento de candidaturas que, em alguns casos, chega aos 30%. Direito e Gestão estão entre os cursos mais requisitados.

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Na Católica do Porto o número de candidatos sofreu um crescimento assinalável com um aumento de 20% face ao ano lectivo anterior Público/Arquivo

Entre as instituições que disponibilizaram informação ao PÚBLICO, a que mais cresce é a Universidade Europeia, com um aumento de 30% na procura das suas licenciaturas. “O crescimento que a instituição teve este ano está intimamente relacionado com a expansão por via das aquisições do IADE e do IPAM, e pela abertura dos novos cursos de Direito e de Ciências do Desporto”, comenta o reitor daquela universidade, João Proença. Os cursos com maior aumento de procura na Universidade Europeia são o de Engenharia Informática (que cresce 180% face ao ano passado) e os de Gestão e Marketing, Publicidade e Relações Públicas, onde o número de candidatos aumentou 40%.

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Entre as instituições que disponibilizaram informação ao PÚBLICO, a que mais cresce é a Universidade Europeia, com um aumento de 30% na procura das suas licenciaturas. “O crescimento que a instituição teve este ano está intimamente relacionado com a expansão por via das aquisições do IADE e do IPAM, e pela abertura dos novos cursos de Direito e de Ciências do Desporto”, comenta o reitor daquela universidade, João Proença. Os cursos com maior aumento de procura na Universidade Europeia são o de Engenharia Informática (que cresce 180% face ao ano passado) e os de Gestão e Marketing, Publicidade e Relações Públicas, onde o número de candidatos aumentou 40%.

Outra universidade privada onde o número de candidatos sofreu um crescimento assinalável foi a Católica do Porto, com um aumento de 20% face ao ano lectivo anterior. O presidente da instituição, Manuel Afonso Vaz, reconhece que o fenómeno fica a dever-se “aos mesmos motivos que também fizeram com que a procura do ensino superior estatal tivesse aumentado”, como a melhoria dos resultados no ensino secundário e o reconhecimento pelas famílias “do valor do ensino superior e da necessidade de qualificação de quadros”.

Os melhores resultados dos alunos no ensino secundário e, em particular, nos exames nacionais deste ano, foram apontados pelos especialistas como o principal motivo que explica o aumento da procura no ensino superior público. O concurso nacional de acesso deste ano teve um aumento de procura, que fez dele o mais concorrido dos últimos cinco anos. Na 2.ª fase, cujos resultados foram conhecidos na quarta-feira, foram colocados 9410 estudantes e, no total, mais de 50 mil alunos conseguiram um lugar nos cursos das universidades e institutos politécnicos para o ano lectivo que agora começa. O número de candidatos é também um dos mais altos dos últimos anos: ao todo, 53.846 alunos apresentaram a sua candidatura a uma vaga no ensino público.

Ao contrário do que acontece no ensino superior público, o acesso ao ensino privado não é feito através de um único concurso nacional, mas através de candidaturas feitas directamente a cada instituição de ensino superior. Por esse motivo, é difícil saber qual o número global de candidatos às universidades particulares neste ano lectivo e a própria Associação Portuguesa de Ensino Superior Privado não dispõe desses números. No ano lectivo 2013/14, o último para o qual existem dados oficiais, havia 60.500 estudantes a frequentar as instituições privadas de ensino superior, cerca de um quinto do total de inscritos no sector público.

Além do crescimento de 20% no Porto, a Universidade Católica também registou um ganho de 16% de candidatos face ao ano passado (totalizou 2986 concorrentes) em Lisboa. Já a Universidade Lusófona teve um crescimento de 20% face ao ano passado no número de candidaturas – ao todo, foram 4600 alunos a demonstrar interesse em entrar num dos seus cursos. A CESPU, que opera o Instituto Universitário de Ciências da Saúde, em Paredes, e a Escola Superior de Saúde do Vale do Ave, em Vila Nova de Famalicão, e a Universidade Fernando Pessoa (Porto) também garantem ter tido um aumento da procura, embora não especifiquem a sua dimensão.

Os cursos mais procurados no ensino superior privado continuam a ser aqueles que têm mais tradição neste sector. Na Universidade Europeia estão entre os favoritos dos alunos os cursos de Gestão e Marketing e a nova licenciatura em Direito. Fenómeno semelhante acontece na Universidade Católica do Porto, onde a maior procura foi registada em Economia e Gestão – cuja nota mínima de entrada subiu mais de um valor, fixando-se em 15,8 – e Direito. No polo da Católica de Lisboa os cursos com maior procura são Administração e Gestão de Empresas e  Direito também. Já na Universidade Fernando Pessoa e nas duas instituições do grupo CESPU, a maior procura acontece nos cursos da área de saúde, como Medicina Dentária, Ciências Biomédicas ou Fisioterapia.

O ensino superior privado consegue assim travar uma tendência de perda de estudantes que vinha sendo registada nos últimos anos. O sector tem estado em quebra desde o final da década de 1990 e, apenas em 2012/2013, os dados divulgados pelas universidades particulares apontavam para uma quebra de 8% no número de alunos inscritos. A Associação Portuguesa do Ensino Superior Privado estimava então que as instituições teriam perdido apenas num ano entre 5000 e 6000 estudantes.