Catarina Martins critica "campanha vale-tudo" da coligação e do PS
"O vale-tudo da campanha eleitoral chega a este momento em que, a seis dias, começam a pedir maioria absoluta. A direita, já se sabe, quer o poder absoluto para ir ao pote da Segurança Social, como foi sempre, como quer continuar a ir [...], o poder absoluto para vender o país a retalho", afirmou Catarina Martins, num almoço-comício na Ribeira Grande, nos Açores.
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"O vale-tudo da campanha eleitoral chega a este momento em que, a seis dias, começam a pedir maioria absoluta. A direita, já se sabe, quer o poder absoluto para ir ao pote da Segurança Social, como foi sempre, como quer continuar a ir [...], o poder absoluto para vender o país a retalho", afirmou Catarina Martins, num almoço-comício na Ribeira Grande, nos Açores.
Já o PS, acrescentou, "quer o poder absoluto para atacar pensões, para atacar o emprego", depois de afirmar que não está disponível para acordos e para alterar o conteúdo de um programa que prevê reduzir as pensões através do seu congelamento.
Catarina Martins questionou as declarações de sexta-feira do líder social-democrata dirigidas a funcionários públicos, pensionistas e desempregados: "Eis que Pedro Passos Coelho, num momento de campanha vale-tudo, agora quer proteger aqueles que sempre quis esmagar".
A mesma postura é, no seu entender, seguida pelo líder do CDS, Paulo Portas, ao falar em estabilidade, já que, para a coligação do Governo, "houve sempre estabilidade para políticas de austeridade" que não interessam aos portugueses.
"Tiveram alguma estabilidade os pensionistas que viram a pensão cortada, as pessoas que perderam o emprego de um dia para o outro, os pescadores que se veem privados de pescar, os trabalhadores que se viram com os salários cortados, seja directamente, seja através de um enorme aumento de impostos?", questionou.
Catarina Martins referiu que, nos últimos quatro anos, foram destruídos 200 postos de trabalho por dia e 10 mil pessoas saíram mensalmente do país para considerar que "uma democracia que se leva a sério não abandona ninguém" e insistir na necessidade de se romper com a austeridade.
"Olhamos para os programas do centrão e não vemos uma única referência à dívida, uma única referência a um país que está a ser esmagado por um sistema financeiro, e dizem-nos 'se nós fizermos de contra de que não está cá, tudo há de correr bem'. Aqui nos Açores sabem bem como isso não é verdade", declarou.
Na sexta-feira, o presidente do PSD dramatizou o cenário de uma vitória sem maioria nas eleições legislativas de 04 de outubro, afirmando que isso pode conduzir a instabilidade económica e a novas eleições, e o secretário-geral do PS pediu uma vitória "clara, inequívoca e maioritária".