Cavaleiros de alta competição e golfistas animam Vilamoura quando fecha a praia
O turismo do Algarve queixa-se das “palavras ocas” que ilustram os discursos do combate à sazonalidade, sem resultado prático. Hotéis e restaurantes fecham no Inverno
O golfe e o hipismo são as duas modalidades que, nos últimos anos, têm permitido à região não estar tão prisioneira da sazonalidade do sector turístico — chegado o Inverno, a maior parte dos hotéis e restaurantes ficam vazios e fecham portas enquanto as milhares de casas de veraneio ficam abandonadas. A criação de uma aldeia hípica, em Vilamoura é um dos projectos, adiados, que promete contribuir para inverter o estado das coisas. O presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), Desidério Silva, lembrou que este é um evento que faz “toda a diferença” no conjunto da oferta turística da região. Vindos de três dezenas de países — desde o Japão à Austrália, passando pelos Estados Unidos da América e Brasil, vão estar em competição 280 cavaleiros, profissionais e amadores. O evento atrai cerca de 8 mil pessoas — 2 mil directamente ligadas às provas, mais seis mil visitantes. A paixão pelos cavalos está-se a tornar uma moda no Algarve. Só no concelho de Loulé existem 12 centros hípicos. O incremento da modalidade deveu-se em grande medida a este Vilamoura Champions Tour pela projecção que deu visibilidade ao destino, numa altura em que os cavaleiros e os golfistas fogem do frio em busca do sol algarvio. Desidério Silva recordou, na passada quinta-feira durante a abertura do evento, o trabalho que tem desenvolvido, ao longo dos últimos três anos, na luta contra a “indiferença de algumas entidades [do sector turístico]” face ao evento, defendendo que o “Tour” passe a ser cartaz turístico. A ideia, precisou, é ver reconhecido o astuto de “palco internacional” a Vilamoura na área do desporto equestre. “Fala-se muito de combate à sazonalidade, mas muitas das vezes são palavras ocas”, criticou. Por seu lado, o administrador de Vilamoura, Declan Quilligan, realçou a “importância” da prova no contexto dos novos projectos urbanísticos em carteira. Porém, nada adiantou sobre o antigo projecto da criação de uma aldeia hípica dentro do empreendimento. No entanto, o vice-presidente da Câmara de Loulé, Hugo Nunes, aproveitou a oportunidade para sublinhar “a nota positiva” do gestor por ter deixado em aberto a possibilidade de manutenção do espaço de lazer. Da parte da entidade organizadora (Alubox), António Moura frisou pretender dar o “salto” para criar neste resort as condições para vir a ter provas todo o ano, e assim contribuir para diversificar a oferta turística da região. Nesse sentido, este ano criou um programa para “levar os cavaleiros a descobrir porque é que o Algarve é o melhor destino de golfe do mundo”. Os participantes vão poder frequentar, sem pagar, clinicas de golfe e conhecer os verdes campos, onde a competição se faz com outros ritmos e menos saltos.
O responsável pela organização, António Moura, pretende fazer desta zona o “destino nº 1 da Europa”, nas provas de saltos. Ter casa no Algarve ao pé de campo de golfe e um centro hípico por perto é uma das novas imagens do sonho que os donos da Vilamoura World, americanos, se preparam para vender por esse mundo fora.
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O golfe e o hipismo são as duas modalidades que, nos últimos anos, têm permitido à região não estar tão prisioneira da sazonalidade do sector turístico — chegado o Inverno, a maior parte dos hotéis e restaurantes ficam vazios e fecham portas enquanto as milhares de casas de veraneio ficam abandonadas. A criação de uma aldeia hípica, em Vilamoura é um dos projectos, adiados, que promete contribuir para inverter o estado das coisas. O presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), Desidério Silva, lembrou que este é um evento que faz “toda a diferença” no conjunto da oferta turística da região. Vindos de três dezenas de países — desde o Japão à Austrália, passando pelos Estados Unidos da América e Brasil, vão estar em competição 280 cavaleiros, profissionais e amadores. O evento atrai cerca de 8 mil pessoas — 2 mil directamente ligadas às provas, mais seis mil visitantes. A paixão pelos cavalos está-se a tornar uma moda no Algarve. Só no concelho de Loulé existem 12 centros hípicos. O incremento da modalidade deveu-se em grande medida a este Vilamoura Champions Tour pela projecção que deu visibilidade ao destino, numa altura em que os cavaleiros e os golfistas fogem do frio em busca do sol algarvio. Desidério Silva recordou, na passada quinta-feira durante a abertura do evento, o trabalho que tem desenvolvido, ao longo dos últimos três anos, na luta contra a “indiferença de algumas entidades [do sector turístico]” face ao evento, defendendo que o “Tour” passe a ser cartaz turístico. A ideia, precisou, é ver reconhecido o astuto de “palco internacional” a Vilamoura na área do desporto equestre. “Fala-se muito de combate à sazonalidade, mas muitas das vezes são palavras ocas”, criticou. Por seu lado, o administrador de Vilamoura, Declan Quilligan, realçou a “importância” da prova no contexto dos novos projectos urbanísticos em carteira. Porém, nada adiantou sobre o antigo projecto da criação de uma aldeia hípica dentro do empreendimento. No entanto, o vice-presidente da Câmara de Loulé, Hugo Nunes, aproveitou a oportunidade para sublinhar “a nota positiva” do gestor por ter deixado em aberto a possibilidade de manutenção do espaço de lazer. Da parte da entidade organizadora (Alubox), António Moura frisou pretender dar o “salto” para criar neste resort as condições para vir a ter provas todo o ano, e assim contribuir para diversificar a oferta turística da região. Nesse sentido, este ano criou um programa para “levar os cavaleiros a descobrir porque é que o Algarve é o melhor destino de golfe do mundo”. Os participantes vão poder frequentar, sem pagar, clinicas de golfe e conhecer os verdes campos, onde a competição se faz com outros ritmos e menos saltos.
O responsável pela organização, António Moura, pretende fazer desta zona o “destino nº 1 da Europa”, nas provas de saltos. Ter casa no Algarve ao pé de campo de golfe e um centro hípico por perto é uma das novas imagens do sonho que os donos da Vilamoura World, americanos, se preparam para vender por esse mundo fora.