Rui Rio aceita convite da coligação e entra na campanha

A pouco mais de uma semana das legislativas, o ex-presidente da Câmara do Porto dá um sinal ao partido, participando numa arruada em Santa Catarina.

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Rui Rio ainda não desfez o tabu Fernando Veludo/NFactos

A pouco mais de uma semana da ida às urnas, Rio mergulha na campanha eleitoral, depois de Marcelo ter andado por estes dias pelas ruas de Guimarães e de Vila Nova de Famalicão, onde ouviu garantias de apoio para as presidenciais, vindas de quem assume não votar na coligação. Para trás fica o veto da direcção do PSD à entrada dos presidenciáveis na Universidade de Verão para não confundir eleitores e para não colocar o assunto das presidenciais na agenda mediática.

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A pouco mais de uma semana da ida às urnas, Rio mergulha na campanha eleitoral, depois de Marcelo ter andado por estes dias pelas ruas de Guimarães e de Vila Nova de Famalicão, onde ouviu garantias de apoio para as presidenciais, vindas de quem assume não votar na coligação. Para trás fica o veto da direcção do PSD à entrada dos presidenciáveis na Universidade de Verão para não confundir eleitores e para não colocar o assunto das presidenciais na agenda mediática.

“Rui Rio pode ser um excelente candidato caso decida avançar para a Presidência da República e terá o meu apoio inequívoco”, declarou o conselheiro nacional e vice-presidente da distrital do PSD-Porto, Firmino Pereira, que aplaude a entrada do antigo secretário-geral do partido na campanha. O também líder da concelhia social-democrata de Gaia e candidato a deputado diz que Rui Rio, ao participar na campanha das legislativas, “coloca acima de tudo o interesse do país para que a coligação consiga vencer as eleições e o país possa ter estabilidade política”. Mas - observa - significa também que está a dar um sinal da sua disponibilidade para concorrer a Belém, caso entenda que as condições estão reunidas para enfrentar esse desafio.

Ao contrário do professor-comentador, que tem participado em várias acções de campanha da coligação, Rio tem tido uma postura mais recatada fora das luzes mediáticas, um pouco por ter em conta a previsível instabilidade política pós-eleitoral, pelo facto de se prever que não haja nenhuma maioria absoluta. Enquanto Marcelo marca terreno à boleia das legislativas, o seu ex-secretário-geral já fez saber que só depois das legislativas de 4 de Outubro anunciará a sua decisão.

O dia ainda não está definido, é certo, mas como as presidenciais vão ganhar um élan próprio logo a seguir às legislativas, é provável que não demore muito tempo a comunicar o que pretende fazer nos próximos anos. Mas fica claro que Rio só o fará se sentir que, na sociedade portuguesa, há muita gente que acredita em si e que acha que pode ser útil ao país. E nesse caso, não defraudará aqueles que o querem ver em Belém.

Rio avança se a coligação ganhar
Mas uma coisa parece certa. Se a coligação ganhar as legislativas, há quase uma inevitabilidade de Rio ser candidato presidencial. Já se a coligação perder, o ex-autarca perde espaço, porque o próprio apoio de Passos Coelho ao candidato presidencial terá menos força dentro do partido. “Uma coisa é sair vitorioso das legislativas e aí tem força para impor um candidato, outra coisa é perder”, diz fonte do PSD, expressando preocupação pelo pós 4 de Outubro. “É muito imprevisível o que pode acontecer no depois das eleições”, sublinha a mesma fonte, incapaz de vislumbrar qual vai ser a postura do secretário-geral do PS. “Não sei se António Costa ganhar faz mais drama ou menos drama para tentar um acordo parlamentar”, afirma.

A mesma tese é defendida pelo ex-secretário de Estado da Economia e actual presidente da Câmara de Viseu. Acreditando que os portugueses não darão uma maioria absoluta a nenhum partido, Almeida Henriques, apoiante incondicional de Marcelo Rebelo de Sousa, defende um acordo de incidência parlamentar para algumas matérias como a Segurança Social, por exemplo, porque – sustenta – “é disso que o país precisa”. “Como cidadão e como político vejo como necessidade imperiosa haver entendimentos entre os partidos que fazem parte da coligação e o PS”, afirmou.

Ao PÚBLICO, Almeida Henriques elogia o perfil e a popularidade do comentador político e garante-lhe o seu apoio. ”Estarei na primeira linha do apoio ao professor. Só estou mesmo à espera que manifeste a sua disponibilidade”, assume. “Independentemente de achar que a coligação vai vencer as eleições, penso que é difícil que uma maioria seja construída só pela coligação, o que vai implicar que tenhamos uma forte preocupação em escolher um Presidente da República que seja um bom mediador na sociedade”, defende. “Marcelo é a pessoa mais preparada na minha área política, é a pessoa que oferece as melhores condições pela preparação que tem e pelo percurso que fez, para além de ser um candidato ganhador do centro-direita”, conclui.