RWC 2015

Apresentação das selecções do Mundial: Austrália

Capazes do melhor e do pior, os Wallabies tanto podem ficar pela fase de grupos, como chegar à final

21 de Setembro de 2015, 10:34

A Austrália é, provavelmente, a maior incógnita deste Mundial. Com um currículo repleto de vitórias e desempenhos memoráveis, do qual fazem parte duas conquistas da Ellis Webb Cup (1991 e 1999), os Wallabies não conseguem rivalizar com os All Blacks na qualidade (e quantidade) de opções disponíveis, mas num dia de inspiração podem bater qualquer rival. No entanto, com Inglaterra e País de Gales como rivais no Grupo A, os australianos podem ficar pela primeira vez pela fase de grupos, se mostrarem a sua pior face.

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Desde que Michael Cheika tomou conta da equipa, em 2014, no seguimento da demissão de Ewen McKenzie, a Austrália subiu claramente de nível. Depois de passagens pelo Rendwick, Leinster, Stade Français, e Waratahs, Cheika chegou finalmente a líder dos Wallabies, tendo trazido consigo confiança e determinação.

A equipa possui linhas atrasadas de grande talento, mas a primeira e segunda linha são claramente as principais fragilidades, estranhando-se por isso a exclusão do experiente James Horwill – o formação Nic White também ficou de fora.

Escândalo do INEM. Marcelo ressuscitou ao 10.º dia

Cara leitora, caro leitor:

Foi preciso chegarmos a esta quinta-feira, 14 de Novembro, para o Presidente da República pedir responsabilidades ao Governo no caso do INEM, "doa a quem doer".

Morreram pessoas. Não sabemos quantas morreram à responsabilidade do Estado. E, até agora, o Presidente da República apenas tinha apelado ao restabelecimento do sistema, murmurando frases pacíficas como esta, há precisamente uma semana: "Eu não gosto de falar de problemas específicos da governação ou da administração pública, mesmo quando são muito urgentes ou muito prementes". Quem se lembra de Marcelo "versão-anterior-a-esta", nos governos Costa (lá mais para o fim) só se pode rebolar a rir.

Marcelo Rebelo de Sousa demorou muito tempo a perceber que o escândalo do INEM era, efectivamente, um escândalo. E, como primeira figura do Estado, o Presidente da República tem que dizer qualquer coisa sobre o Estado, principalmente quando morrem pessoas porque não apareceu o INEM. As frases da semana passada, perfumadas com água de rosas e cheias de mel, sobre a importância dos serviços públicos, não eram minimamente suficientes.

A provedora de Justiça conseguiu o feito de falar antes de Marcelo. E, sabendo nós a loquacidade presidencial, não pode ter sido por o chefe de Estado ter tido um súbito ataque de timidez fóbica sobre um assunto.

Obviamente, tudo isto se explica porque Marcelo achou que valia a pena continuar a dançar alguns "rocks rurais", num país que é como uma casa de campo, com Luís Montenegro.

O Governo é novinho – sete meses – e quem amparou António Costa nas desgraças iniciais e o abençoou com uma excelente relação nos primeiros anos sentiu-se agora no dever de dar mais "um tempo" ao primeiro-ministro e fugiu da fotografia.

Esta quinta-feira, finalmente, Marcelo percebeu que não podia dar mais nenhum tempo, sob pena de parecer sequestrado por um Governo em estado de graça.

O que o Presidente demorou foi a perceber que o estado de graça do Governo tinha acabado, que a matéria era mesmo de vida e morte e acabou por ser o último a denunciar a verdadeira dimensão do problema. Em 2017, no rescaldo dos fogos, e perante alguma inércia do Governo Costa, Marcelo percebeu que tinha que fazer uma comunicação ao país para explicar ao povo que percebia o drama humano. Aliás, foi tão longe que fez depender uma sua recandidatura de não voltarem a acontecer incêndios como aqueles. Pediu a cabeça de Constança Urbano de Sousa, a ministra da Administração Interna. O Governo Costa não tinha sete meses, mas, ainda assim, era suficientemente jovem e Marcelo soube actuar. Agora, esperou e esperou.

1/3 de ministra para o SNS

Faço um mea culpa: quando os nomes do novo Governo foram anunciados, escrevi que a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, e a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, eram boas escolhas, tendo em conta os currículos nas respectivas áreas.

O tempo não me deu razão. A incapacidade de prever o impacto das duas greves no INEM é um atestado de irresponsabilidade do Governo. A ministra da Saúde garantiu que haverá responsabilidades políticas – não tendo descartado a sua própria demissão, na audição na Assembleia da República.

Para já, quem parece ter perdido o emprego é a secretária de Estado da Gestão da Saúde, Cristina Vaz Tomé, a quem a Ana Paula Martins retirou a tutela do INEM, declarando que vai dedicar à emergência médica "70% do seu tempo". Sobram 30% para o resto do Serviço Nacional de Saúde. Como metáfora de empenho total é um bocadinho desligada da realidade.

Um dos problemas deste Governo, de Luís Montenegro e da ministra é terem prometido o céu na Saúde – provavelmente a área mais difícil da administração pública – e sair-lhes, para já, o inferno do INEM.

Houve alguém que foi profundamente incompetente neste processo todo. Foi o presidente do INEM, já nomeado por este Governo? Não vale a pena andar a varrer administrações hospitalares (e a insultar os seus membros em geral) quando se faz nomeações que falham ao primeiro teste. A responsabilidade política no nível imediato é naturalmente do presidente do INEM. Resta saber – faltam ainda os inquéritos – quem mais teve responsabilidades em todo este dramático processo.

Tenha um óptimo fim-de-semana, com saúde. Uma das consequências de tudo o que se passou é que, a partir de agora, os portugueses vão confiar muito menos no INEM.

Há, no entanto, muita qualidade e jogadores de alto nível, como Matt Giteau, Adam Ashley-Cooper, Drew Mitchell, Stephen Moore, Israel Folau, Will Genia ou Michael Hooper.

Curiosidade:

"A selecção dos Rabbits (coelhos) é uma das principais favoritas à conquista do título mundial de râguebi." Podia ser desta forma que a selecção da Austrália seria apresentada para este Mundial. Em 1908, durante uma digressão ao Reino Unido, a imprensa britânica, que tinha acabado de baptizar a Nova Zelândia de All Blacks, procurou fazer o mesmo para os australianos. Uma das sugestões acabou por ser Rabbits, mas o nome acabou por não ser bem acolhido na Austrália, já que o coelho não era um animal originário daquele país da Oceânia e era considerado uma praga nacional. Foi então que surgiu o nome Wallabies, em referência ao wallaby, um marsupial muito comum na Austrália.

Jogos na Fase de Grupos

23/09: Austrália-Fiji, 16h45

27/09: Austrália-Uruguai, 12h00

03/10: Inglaterra-Austrália, 20h00

10/10: Austrália-País de Gales, 16h45

Convocados

Avançados: Stephen Moore, Tatafu Polota-Nau, Greg Holmes, Sekope Kepu, Scott Sio, James Slipper, Toby Smith, Kane Douglas, Dean Mumm, Rob Simmons, Will Skelton, Scott Fardy, Michael Hooper, Ben McCalman, Sean McMahon, Wycliff Palu, David Pocock.

Três-quartos: Will Genia, Nick Phipps, Quade Cooper, Bernard Foley, Kurtley Beale, Matt Giteau, Matt Toomua, Adam Ashley-Cooper, Israel Folau, Rob Horne, Drew Mitchell, Henry Speight, Joe Tomane, Tevita Kuridrani.

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