Apresentação das selecções do Mundial: África do Sul
Os Springboks chegam a Inglaterra aparentemente fragilizados, mas menosprezá-los será um erro
Qualquer que seja a competição em que entre, a África do Sul é sempre uma das mais fortes equipas. Depois das vitórias nos Mundiais de 1995 e 2007, os quartos-de-final há quatro anos souberam a pouco. Agora, sob liderança de Heyneke Meyer, os Springboks começam a apresentar características menos conservadoras, mas a inconsistência e falta de inovação têm sido a nota dominante dos últimos tempos da África do Sul.
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Qualquer que seja a competição em que entre, a África do Sul é sempre uma das mais fortes equipas. Depois das vitórias nos Mundiais de 1995 e 2007, os quartos-de-final há quatro anos souberam a pouco. Agora, sob liderança de Heyneke Meyer, os Springboks começam a apresentar características menos conservadoras, mas a inconsistência e falta de inovação têm sido a nota dominante dos últimos tempos da África do Sul.
A equipa liderada por Meyer apresenta-se sempre como uma força robusta em campo, onde as mêlées e os driving mauls são a sua imagem de marca. O seleccionador sul-africano tem um currículo impressionante: quatro Currie Cups e um título do Super Rugby pelos Bulls. Treinou ainda equipas como o Leicester Tigers e está bem acompanhado por Ricardo Loubscher (treinador das linhas atrasadas), Johann Van Graan (técnico dos avançados) e John McFarland na defesa, nomes de peso no mundo oval.
No entanto, algum conservadorismo e uma fé inabalável nos seus avançados tem limitado os “Boks” no seu potencial. Nos últimos jogos tem havido algum ênfase dado às linhas atrasadas, mas ainda não há um sistema de jogo que lhes permita ter a consistência que se observa, por exemplo, nos All Blacks, isto apesar da África do Sul ter um dos sistemas de desenvolvimento de râguebi nas escolas dos mais avançados e competitivos. Isto para não falar na Currie Cup, que junta o que de melhor há em termos de clubes.
No grupo dos 31 escolhidos a experiência de jogadores como Victor Matfield, Bryan Habana e Jaen de Villiers é compensada com a juventude de Handre Pollard ou Eben Etzbeth, que tem feito um trabalho notável a segunda linha. Pat Lambie parece ser a melhor opção de início para “10”, garantindo maior consistência e melhor leitura de jogo.
Com uma fase de grupos acessível, os Springboks não deverão ter grandes problemas até aos quartos-de-final, mas aí a história será outra: os sul-africanos vão encontrar um rival do Grupo A, onde estão Inglaterra, Austrália e País de Gales.
Curiosidade:
O símbolo da selecção da África Sul é o Springbok, um antílope característico deste país africano. No entanto, no início dos anos 90, este emblema foi motivo de muita controvérsia. Para muitos sul-africanos, o Springbok simbolizava a política de segregação racial do apartheid, implementado na África do Sul durante várias décadas. Após a abolição deste regime, em 1990, o governo do ANC, eleito em 1994, chegou mesmo a propor que o símbolo do râguebi sul-africano fosse alterado. Porém, Nelson Mandela, o primeiro presidente de raça negra no país, apôs-se a tal alteração e a selecção da África do Sul, a jogar em casa, acabaria por se sagrar em 1995 campeã do mundo com o Springbok como símbolo.
Jogos na Fase de Grupos
19/09: África do Sul-Japão, 16h45
26/09: África do Sul-Samoa, 16h45
03/10: África do Sul-Escócia, 16h45
07/10: África do Sul-EUA, 16h45
Convocados
Avançados: Schalk Brits, Bismarck du Plessis, Adriaan Strauss, Jannie du Plessis, Frans Malherbe, Tendai Mtawarira, Trevor Nyakane, Coenie Oosthuizen, Lood de Jager, Pieter-Steph du Toit, Eben Etzebeth, Victor Matfield, Willem Alberts, Schalk Burger, Siya Kolisi, Francois Louw, Duane Vermeulen.
Três-quartos: Fourie du Preez, Rudy Paige, Ruan Pienaar, Pat Lambie, Handrè Pollard, Morné Steyn, Jean de Villiers, Damian de Allende, Jesse Kriel, Bryan Habana, Zane Kirchner, Willie le Roux, Lwazi Mvovo, JP Pietersen.