Portugal é um dos países onde mais aumentou acesso aos computadores nas escolas
Indicadores nacionais em estudo da OCDE estão acima da média, mas ainda longe dos primeiros lugares. Relatório conclui que não há relação entre tecnologias e resultados escolares.
De acordo com o estudo da OCDE sobre educação e computadores, o acesso dos estudantes a computadores nas escolas na generalidade dos países diminuiu, entre 2009 e 2012, 0,6 pontos percentuais, fixando-se a média em 92%. Portugal aparece, por isso, num grupo de países em contra-ciclo com esta tendência, juntamente com Grécia, Jordânia, Sérvia, Espanha, Turquia e Uruguai. Nestes sistemas de ensino, mais alunos tinham acesso a computadores em 2012 do que em 2009.
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De acordo com o estudo da OCDE sobre educação e computadores, o acesso dos estudantes a computadores nas escolas na generalidade dos países diminuiu, entre 2009 e 2012, 0,6 pontos percentuais, fixando-se a média em 92%. Portugal aparece, por isso, num grupo de países em contra-ciclo com esta tendência, juntamente com Grécia, Jordânia, Sérvia, Espanha, Turquia e Uruguai. Nestes sistemas de ensino, mais alunos tinham acesso a computadores em 2012 do que em 2009.
Portugal é mesmo o país com a maior taxa de acesso a computadores da escola entre este grupo de sete países. O indicador nacional fixa-se nos 98%, bem acima do resultado registado quatro anos antes – um pouco acima dos 90%. Ainda assim, as escolas de países como Austrália, Dinamarca, Holanda, Nova Zelândia ou Noruega conseguem melhores resultados que as nacionais.
O documento da OCDE revela também que há 3,7 estudantes por cada computador nas escolas nacionais. Portugal é o 36º país neste indicador, conseguindo estar acima da média (4,7), mas longe dos países com melhor performance como a Austrália (0,9) ou Nova Zelândia (1,2).
Programas como o e-escolas, lançado pelo anterior Governo, em 2007, ajudam a explicar esta melhoria da cobertura das escolas nacionais com computadores. O desenvolvimento da tecnologia e a facilidade de acesso a computadores e serviços de internet, cujos preços se tornaram mais competitivos nos últimos anos, também parecem ter ajudado a melhorar os resultados no acesso a computadores pelos estudantes a partir de casa: 97,1% dos alunos com 15 anos têm pelo menos um computador em casa – a média da OCDE é de 95,8%.
Portugal também consegue encurtar as diferenças no acesso entre estudantes de origens sócio-económicas diferenciadas. Entre os alunos de contextos desfavorecidos, 87,8% tem acesso à internet em casa, menos 11,5 pontos percentuais que os colegas de origens mais favorecidas. A diferença média da OCDE neste indicador é de 13,4 pontos.
O relatório da OCDE divulgado esta terça-feira tem por base os resultados dos estudantes no Programme for International Student Assessment (PISA), o grande estudo internacional feito pela OCDE junto dos estudantes de 15 anos. Em comparação estão os dados dos últimos dois testes PISA, realizados em 2009 e 2012, sendo avaliados 64 países – os 34 que compõem a OCDE e outros 30 países ou zonas económicas que não fazem parte da organização mas participam no programa de avaliação dos sistemas Educativos.
No documento, a organização internacional diz não encontrar evidências de que uma maior aposta dos países em políticas de estímulo ao acesso a computadores nas escolas tenha impacto nos resultados escolares dos alunos. “Na verdade, os resultados do PISA não mostram melhorias significativas no desempenho dos alunos em leitura, matemática ou ciência nos países que investiram pesadamente em TIC na educação”, lê-se no relatório.
Os peritos da OCDE acreditam que as contribuições reais das TIC para a Educação “ainda têm de ser plenamente compreendidas e exploradas”, ainda que admitam que, face ao papel central que os computadores e a Internet adquiriram nas vidas pessoais e profissionais, estudantes que não tenham adquirido competências básicas em leitura, escrita e navegação digitais serão “incapazes de participar plenamente na vida económica, social e cultural”.