Sector social dirá até ao fim do mês quantos refugiados pode acolher
O objectivo é "privilegiar o acolhimento familiar" dos refugiados, através de um "alojamento autónomo" para cada famílias, confirmou Lino Maia, presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade.
"O sector social vai fazer o levantamento de toda a rede que tem, de todas as disponibilidades que tem para fazer um acolhimento, para tratar da alimentação, para tratar da ligação à escola, da ligação ao sector da saúde e também da integração, da formação e do ensino de português", afirmou Mota Soares aos jornalistas, no final de uma reunião de coordenação do sector social, no Porto. A reunião contou com a participação dos presidentes da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), da União das Mutualidades Portuguesas e da União das Misericórdias Portuguesas.
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"O sector social vai fazer o levantamento de toda a rede que tem, de todas as disponibilidades que tem para fazer um acolhimento, para tratar da alimentação, para tratar da ligação à escola, da ligação ao sector da saúde e também da integração, da formação e do ensino de português", afirmou Mota Soares aos jornalistas, no final de uma reunião de coordenação do sector social, no Porto. A reunião contou com a participação dos presidentes da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), da União das Mutualidades Portuguesas e da União das Misericórdias Portuguesas.
Segundo o ministro, os serviços públicos, como o Instituto da Segurança Social e o Instituto de Emprego e Formação Profissional, "estão já no terreno" a trabalharem para fazer esse acolhimento, mas "é fundamental trabalhar com o sector social”, porque é este que “tem uma rede ao longo de todo o país que tem capacidade de resposta sobre esta matéria. Para nós é fundamental envolver o sector social, aproveitar até a disponibilidade, a boa vontade que demonstrou", frisou Mota Soares.
O ministro não disse qual o número de refugiados que Portugal poderá acolher no âmbito da proposta de recolocação de 120 mil pessoas apresentada pela Comissão Europeia. Indicou que essa matéria "está a ser liderada pelo Ministério da Administração Interna”. Inicialmente, Portugal disponibilizou-se a receber 1500 refugiados.
Mota Soares referiu também que é fundamental trabalhar dentro das capacidades que o país tem para que seja possível acolher refugiados que poderão dar o seu contributo para ajudarem Portugal "a sustentar o crescimento económico".
Lino Maia, presidente da CNIS, destacou aos jornalistas que "há uma grande vontade e uma grande capacidade" das instituições de solidariedade social (IPSS) em acolher refugiados. O objectivo da CNIS é "privilegiar o acolhimento familiar" dos refugiados, através de um "alojamento autónomo" para cada uma das famílias, "garantindo condições para um posterior, possível e necessário reagrupamento familiar".
Lino Maia recordou que existem cerca de 2900 Instituições Particulares de Segurança Social em todo o país, garantindo que, "no fim do mês", haverá um número previsível daquelas que poderão acolher refugiados. “Estamos a procurar ver quais as instituições, e sei que há muitas, que têm capacidade de alojamento, de apoio na alimentação e vestuário, de apoio para a associação de refugiados à escola, à saúde e para a integração comunitária", especificou.
Várias destas instituições já se associaram à Plataforma de Apoio aos Refugiadas (PAR), constituída no início do mês por iniciativa do presidente do Instituto Padre António Vieira, Rui Marques. A PAR aposta num modelo de acolhimento que exclui a existência de centros de refugiados. Na apresentação da PAR, Rui Marques, tal como agora Lino Maia, indicou que o modelo de acolhimento não passará por centros de refugiados, mas sim por criar possibilidades para que as famílias fiquem em apartamentos, “em condições de vida autónoma”. “É um acolhimento disperso que envolve as comunidades locais, que promove a integração dos refugiados no contexto da comunidade onde estão e que evita a existência de centros de acolhimento que, muitas vezes, tendem a ser um gueto, com pouca interacção da comunidade”, explicou ainda Rui Marques.