Cinco sugestões para sobreviver ao desemprego
Existem factores que não podemos controlar, nomeadamente o mercado de trabalho, mas temos a obrigação de nos tratarmos bem… Mesmo no desemprego
As férias terminaram e ocorre aquele desagradável fenómeno do regresso à rotina. Isto, se não fores desempregado… Nesse caso, é somente mais um dia. Com tanto tempo livre, onde a hipótese de ficar a “ruminar” sobre os problemas não é a mais aconselhável, sobra-nos a imaginação para manter o corpo e a mente ativos. Neste contexto, decidi criar uma lista de cinco actividades para o quotidiano de um desempregado:
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As férias terminaram e ocorre aquele desagradável fenómeno do regresso à rotina. Isto, se não fores desempregado… Nesse caso, é somente mais um dia. Com tanto tempo livre, onde a hipótese de ficar a “ruminar” sobre os problemas não é a mais aconselhável, sobra-nos a imaginação para manter o corpo e a mente ativos. Neste contexto, decidi criar uma lista de cinco actividades para o quotidiano de um desempregado:
Empreender
Uma das estratégias mais apontadas para a classe desempregada é o empreendedorismo. Com isto, pretende-se que sejam criados novos negócios, produtos ou patentes. O cerne da questão é criar, inovar e, pois claro, deixar de estar desocupado. Um dos problemas que salta logo à vista é a falta de recursos para iniciar algo novo, mesmo que recorrendo a empréstimos fomentados pelo IEFP — Investe Jovem, por exemplo. Desta forma, ao invés de idealizar negócios megalómanos, onde as hipóteses de concretização são próximas de zero, porque não iniciar um “pseudo-negócio” caseiro? Por outras palavras, disponibilizar, ainda que em troca de recompensas simbólicas, algumas das tuas aptidões junto da família, amigos ou conhecidos. Imagina que adoras animais e até tens jeito para lidar com as suas peripécias… Porque não te voluntarias para passear ou tratar dos animais dos teus amigos? Eles até podem gostar do teu trabalho e recomendar os teus serviços a outras pessoas.
Cozinhar
Muitos de nós viveram à sombra dos cozinhados dos nossos progenitores (não digamos só das nossas mães, que isso é sexista!), pelo que não tivemos a oportunidade de desenvolver as nossas competências culinárias. Pois bem, agora é a altura certa para o fazer! Temos bastante tempo livre, e assim até auxiliamos nas tarefas domésticas. Começa-se com algo simples, até porque o objectivo não é destruir a cozinha, mas sim confeccionar algo comestível; depois deixamo-nos levar onde a imaginação, o dinheiro e a habilidade nos deixarem: receitas vegetarianas, vegan, macrobióticas… Tudo é recomendável, desde que seja saudável e apetitoso.
Ler
Poderia apontar actividades como ver filmes, séries ou jogar videojogos… Mas porque não voltar às origens? Pensando bem, grande parte desses filmes e séries são baseados em livros, assim até passamos a “consumir” o original, sem falar que estes são fáceis de transportar. Dinheiro é problema? Tentamos ultrapassar isso, até porque ainda temos bibliotecas municipais que estão repletas de obras literárias desejosas de serem requisitadas por um fiel leitor.
Exercício físico
Fala-se deste tópico, e muitas pessoas cerram os dentes, como se estivéssemos a propor uma tortura. Não falo em praticar exercício ao nível de um atleta de alta competição, estou somente a falar de actividade física… Algo tão simples como ir a pé comprar pão ou legumes (para fazer uma bela sopa). O corpo precisa de movimento porque senão, tal como qualquer outro mecanismo, deixa de funcionar de forma equilibrada. Realiza meia hora por dia de actividade física e vais sentir-te muito melhor… Talvez não no próprio dia, mas a longo prazo acredita que fará toda a diferença. Não falo só na componente estética, mas principalmente ao nível da sua saúde física e mental — sabias que o exercício físico é o melhor ansiolítico natural e não tem contraindicações?!
Escrever
Escrever pode ser uma ferramenta bastante útil. Não só porque funciona como exercício mental, mas também como forma de “catarse”. Quantas vezes nos sentimos destruídos por dentro, mas procuramos manter a nossa “máscara” social, só para não preocupar quem nos rodeia? Escrever pode ser um “desabafo”, mesmo que no final destruamos os nossos textos numa expressão de libertação dos nossos problemas. Muitas mais actividades podem ser desenvolvidas a partir da escrita: redacção de artigos científicos para quem tenha conhecimentos de uma determinada área; redacção de crónicas sobre variadas temáticas; poesia; páginas em redes sociais... Todas são opções válidas, e quem sabe possam resultar em projectos futuros. Por muito paradoxal que possa parecer, o desemprego não é o fim, deve ser encarado como mais uma etapa onde temos mais tempo livre e, mesmo com poucos recursos, devemos promover o nosso bem-estar e fortalecer-nos para enfrentar desafios futuros. Existem factores que não podemos controlar, nomeadamente o mercado de trabalho, mas temos a obrigação de nos tratarmos bem…
Mesmo no desemprego.