China quer permitir entrada de privados nas suas empresas estatais

Medida insere-se num plano de reforma que abrange 150 mil empresas públicas.

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A China continua a fazer profundas alterações na sua economia REUTERS/Aly Song

Elaborado pelo Comité Central do Partido Comunista chinês e pelo Conselho de Estado, o plano de reforma visa que os grupos estatais sejam "independentes e responsáveis pelos ganhos, perdas e riscos".

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Elaborado pelo Comité Central do Partido Comunista chinês e pelo Conselho de Estado, o plano de reforma visa que os grupos estatais sejam "independentes e responsáveis pelos ganhos, perdas e riscos".

No conjunto, vai afectar 150.000 empresas, que detêm um total de 100 mil milhões de yuan (13.81 mil milhões de euros) em activos e empregam 30 milhões de pessoas; e instaurar um sistema de salários "flexível", com base no mercado e em resultados.

Os grupos estatais detêm um papel central no modelo económico assente no investimento, que tem assegurado o crescimento da China num período de estagnação global, mas que é agora denominado pela liderança do país como "insustentável".

A rentabilidade dos activos, - indicador que mede a capacidade da empresa em gerar resultados - no sector estatal chinês, é inferior ao custo do capital, enquanto o setor privado criou quase todos os empregos urbanos na China na última década, segundo um estudo do "The Economist".

"Vai ser uma transição dolorosa e um processo sinuoso", afirmou o presidente chinês, Li Keqiang, na última semana, sobre a remodelação da economia.

No primeiro semestre de 2015, o Produto Interno Bruto chinês subiu 7%, face a 2014 - o valor mais baixo desde 2009 -, exactamente dentro da meta fixada pelo Governo.

Em 2012, duas empresas estatais directamente tuteladas pelo governo central chinês compraram posições em Portugal: a China Three Gorges pagou 2,7 mil milhões de euros por 21,35% do capital da EDP; enquanto a State Grid adquiriu 25% do capital da REN por 287 milhões de euros.

Este ano, uma subsidiária da Haitong Securities, empresa financeira estatal com sede em Xangai, concluiu a compra da totalidade do capital do Banco Espírito Santo de Investimento (BESI), ao Novo Banco, por 379 milhões de euros.