70% dos jovens estagiários conseguem emprego?
Duarte Marques (PSD) diz que são 70%, Mariana Mortágua garante que são bem menos. Qual dos dois fala verdade?
A frase
O contexto
O debate em torno da empregabilidade dos estágios ganhou expressão quando o Banco de Portugal alertou, em Dezembro do ano passado, que um terço do crescimento do emprego ficou a dever-se aos estágios profissionais. Duarte Marques diz que 70% dos jovens que frequentaram estágios encontraram emprego. Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, garante que os números são “inventados" e que apenas 30% dos estagiários conseguem emprego.
Os factos
Antes de mais, deve-se esclarecer que não existem indicadores acessíveis ao público que permitam avaliar a empregabilidade dos estágios profissionais financiados pelo Estado. Quem faz essa avaliação é o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), mas os estudos não estão publicados. Existem apenas relatórios de execução física e financeira das várias medidas do instituto, mas que não permitem aferir qual a metodologia utilizada para avaliar essa empregabilidade.
Se olharmos para o relatório de execução de Dezembro de 2014, o IEFP dá conta de 31.043 saídas de pessoas do programa estágios, destes 11.054 foram colocados em entidades, ou seja 35,6%.
Recentemente, num relatório sobre a execução do orçamento da Segurança Social de 2014, o Tribunal de Contas (TdC) concluía que apenas 33,3% dos estagiários foram integrados no mercado de trabalho. “Em 2013, 42,4% dos estagiários foram integrados no mercado de trabalho após estágio e, em 2014, apenas 33,3%”, referia o relatório, sem precisar, contudo, se essa percentagem corresponde à totalidade dos jovens que conseguem emprego após o estágio ou apenas aos que ficam na empresa onde estagiaram.
Relativamente a 2013, o IEFP diz, em reacção ao TdC, que o nível de empregabilidade foi de 71,8% no prazo de seis meses após a conclusão do estágio e que 49,4% dos que encontraram colocação estão a trabalhar na empresa onde fizeram o estágio.
Em resumo
É praticamente impossível dizer quem tem razão, uma vez que não há bases de dados que permitam confirmar os números avançados.
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A frase
O contexto
O debate em torno da empregabilidade dos estágios ganhou expressão quando o Banco de Portugal alertou, em Dezembro do ano passado, que um terço do crescimento do emprego ficou a dever-se aos estágios profissionais. Duarte Marques diz que 70% dos jovens que frequentaram estágios encontraram emprego. Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda, garante que os números são “inventados" e que apenas 30% dos estagiários conseguem emprego.
Os factos
Antes de mais, deve-se esclarecer que não existem indicadores acessíveis ao público que permitam avaliar a empregabilidade dos estágios profissionais financiados pelo Estado. Quem faz essa avaliação é o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), mas os estudos não estão publicados. Existem apenas relatórios de execução física e financeira das várias medidas do instituto, mas que não permitem aferir qual a metodologia utilizada para avaliar essa empregabilidade.
Se olharmos para o relatório de execução de Dezembro de 2014, o IEFP dá conta de 31.043 saídas de pessoas do programa estágios, destes 11.054 foram colocados em entidades, ou seja 35,6%.
Recentemente, num relatório sobre a execução do orçamento da Segurança Social de 2014, o Tribunal de Contas (TdC) concluía que apenas 33,3% dos estagiários foram integrados no mercado de trabalho. “Em 2013, 42,4% dos estagiários foram integrados no mercado de trabalho após estágio e, em 2014, apenas 33,3%”, referia o relatório, sem precisar, contudo, se essa percentagem corresponde à totalidade dos jovens que conseguem emprego após o estágio ou apenas aos que ficam na empresa onde estagiaram.
Relativamente a 2013, o IEFP diz, em reacção ao TdC, que o nível de empregabilidade foi de 71,8% no prazo de seis meses após a conclusão do estágio e que 49,4% dos que encontraram colocação estão a trabalhar na empresa onde fizeram o estágio.
Em resumo
É praticamente impossível dizer quem tem razão, uma vez que não há bases de dados que permitam confirmar os números avançados.