Portas corrige Costa: "Foi um governo PS que chamou a troika"
Coligação PSD/CDS junta mais de três mil apoiantes em jantar/comício em Lisboa.
Num jantar comício em Lisboa, com mais de 3000 pessoas, nas vésperas de partida da coligação PSD/CDS para a estrada, Portas quis corrigir o que considerou ser uma acusação errada lançada por António Costa no frente-a-frente televisivo com Passos Coelho. O líder do PS tinha acusado Passos de ter desejado a actuação da troika em Portugal, recuperando declarações de 2011. Uma acusação que, no debate, o líder do PSD considerou “ridícula”.
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Num jantar comício em Lisboa, com mais de 3000 pessoas, nas vésperas de partida da coligação PSD/CDS para a estrada, Portas quis corrigir o que considerou ser uma acusação errada lançada por António Costa no frente-a-frente televisivo com Passos Coelho. O líder do PS tinha acusado Passos de ter desejado a actuação da troika em Portugal, recuperando declarações de 2011. Uma acusação que, no debate, o líder do PSD considerou “ridícula”.
Portas pediu uma “maioria estável”. E agitou o fantasma do regresso ao passado várias vezes durante a sua intervenção, após o jantar, no antigo centro de congressos de Lisboa.
“Se voltarmos à instabilidade, de não ter cuidado com o défice e a dívida, arriscamos voltar ao ponto de partida por causa daquela incompetência. Pedimos a renovação do mandato porque temos indicadores económicos que permitem ao país ter esperança”, afirmou. Insistindo no risco da proposta do PS para a Segurança Social, o líder do CDS piscou o olho aos reformados ao garantir que as poupanças de 600 milhões serão feitas sem recorrer ao corte das pensões em paramento. “Seremos capazes de encontrar as poupanças necessárias sem cortar pensões e saberemos encontrar acordos para essas matérias”, afirmou.
Ainda a duas semanas do arranque da campanha oficial, Portas lançou um ataque directo a António Costa: “Se as eleições fossem para saber quem é mais demagógico, António Costa venceria. Se fosse para saber — como são — quem é responsável e credível, Passos Coelho vence e é primeiro-ministro.” "Vamos ganhar isto", rematou.
Muito mais comedido e a dar muito mais atenção aos indicadores económicos, Passos Coelho também alertou para os riscos do “regresso do socialismo”. "Aqueles que pensam que estivemos de faxina para lhes facilitar o regresso estão enganados. Nós não estivemos de faxina, nós estamos há quatro anos a preparar o futuro de Portugal, não é o regresso ao passado do socialismo em Portugal", afirmou.
O líder da coligação PSD/CDS defendeu que o desemprego já veio dos governos socialistas e que as suas políticas levaram ao endividamento das famílias, das empresas e do Estado. E que Portugal não precisa das constantes intervenções externas do FMI. “O pior que pode acontecer a Portugal é a política do iô-iô”, disse.
Um dia depois do debate com Costa em que mesmo os apoiantes da maioria não esconderam a desilusão com a prestação apagada do líder, Passos deixou uma mensagem de vigor: "Aqueles que pensam também que, por isso, nos esgotámos, que estamos cansados, que não temos uma ideia para o futuro, podem pensar isso para sua auto-satisfação, mas preparem-se bem, porque aqui mora muita força, muita determinação, muitas ideias e muito futuro para Portugal."
Entre as mesas com apoiantes da maioria estavam também ministros do PSD como Marques Guedes, Paula Teixeira da Cruz e Anabela Rodrigues mas também do CDS, como Pedro Mota Soares.
Com um pavilhão cheio, engrossado pela máquina do PSD, Portas chegou bem mais cedo. Esteve sentado à mesa, aproveitou para escrever as notas da sua intervenção, e só se levantou para esperar Passos Coelho, que chegou mais tarde por causa de iniciativas de agenda de primeiro-ministro. Os dois entraram no pavilhão, subiram a um varandim, percorreram parte dele para acenar aos apoiantes da coligação que agitavam as bandeiras. Depois, juntaram-se para uma selfie com “jotinhas”. Já há encenação de campanha mesmo ainda antes do arranque para a estrada.