EUA vão receber dez mil refugiados sírios
América e Austrália fazem ofertas para receber alguns dos sírios que estão a chegar à Europa, em fuga da guerra.
O secretário de Estado, John Kerry, tinha já indicado que para o ano iria pedir ao Congresso para aumentar o número de refugiados cuja entrada é permitida nos EUA, dos actuais 70 mil para 75 mil ou até mesmo 100 mil, mas avisou que o mais provável era que se abrisse a porta a mais africanos, e não ao Médio Oriente. Desde o início da guerra na Síria, em 2011, os EUA só deram asilo a 1500 sírios.
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O secretário de Estado, John Kerry, tinha já indicado que para o ano iria pedir ao Congresso para aumentar o número de refugiados cuja entrada é permitida nos EUA, dos actuais 70 mil para 75 mil ou até mesmo 100 mil, mas avisou que o mais provável era que se abrisse a porta a mais africanos, e não ao Médio Oriente. Desde o início da guerra na Síria, em 2011, os EUA só deram asilo a 1500 sírios.
Os líderes de países de fora da Europa, pressionados pela dimensão da crise dos refugiados, não estão a mostrar-se indiferentes. Dilma Rousseff garantiu que o Brasil “está de braços abertos” para receber mais refugiados sírios, embora não tenha dito quantos. Desde 2011, já foram concedidos 7752 vistos a refugiados sírios.
A Austrália, que tem tido políticas de imigração muito restritivas, anunciou no entanto que está disposta a receber 12.000 refugiados do Iraque e da Síria, e que se juntaria à campanha de bombardeamentos contra o Estado Islâmico. Segundo o primeiro-ministro Tony Abbot, serão privilegiadas mulheres, crianças e famílias de minorias perseguidas que estejam em campos de refugiados na Jordânia, Líbano e Turquia. A Austrália ajudará também a pagar o sustento de 240.000 pessoas que vivem nos países vizinhos da Síria com 27,5 milhões de euros.
Mas esta experiência nem sempre corre bem: cinco famílias de refugiados sírios acolhidas no ano passado pelo Uruguai estão acampadas frente ao palácio presidencial, exigindo ir-se embora. Dizem não conseguir integrar-se e que vivem com grandes dificuldades económicas.
"As pessoas são simpáticas, mas é tudo muito caro", disse à AFP Ibrahim Mohamed. "Não deixámos a guerra para morrer aqui na pobreza", disse Maher el Dis, de 36 anos.