Coreias concordam voltar a fazer em Outubro uma reunião de famílias separadas

Será o segundo encontro dos últimos cinco anos. Milhões de pessoas foram separadas pelo conflito que há mais de 60 anos levou à divisão da península.

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O último encontro de famílias foi em Fevereiro de 2014 AFP

A confirmar-se, será o segundo encontro de famílias dos últimos cinco anos. O último foi em Fevereiro de 2014.

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A confirmar-se, será o segundo encontro de famílias dos últimos cinco anos. O último foi em Fevereiro de 2014.

Decorrerá de 20 a 26 de Outubro na estação de montanha norte-coreana de Kumgang, anunciou o ministro sul-coreano da Unificação, que se ocupa dos assuntos entre as duas Coreias. Participarão no encontro cem pessoas seleccionadas de um e de outro lado da fronteira.

O entendimento foi alcançado depois de negociações entre a Cruz Vermelha dos dois países realizadas na aldeia fronteiriça de Panmunjom, onde foi assinado o cessar-fogo de 1953. As discussões começaram na segunda-feira de manhã e, com breves pausas, prolongaram-se noite dentro.

Milhões de pessoas foram separadas pelo conflito que há mais de 60 anos levou à divisão da península coreana. Muitos morreram sem poderem voltar a ver ou a falar com as suas famílias. Do lado sul-coreano sabe-se que há uma lista de espera de cerca de 66 mil pessoas, muitos octogenários e nonagenários, para participarem nestes encontros. De um total de 130 mil pessoas que se declaram disponíveis para ir a uma reunião deste género desde 1998, mais de metade já morreram.

As reuniões familiares começaram a realizar-se após uma cimeira entre o Norte e o Sul em 2000. Inicialmente havia uma por ano, mas as frequentes tensões entre os dois países impediram que a regularidade se mantivesse. Vários encontros foram anulados à última hora pela Coreia do Norte.

Em Seul já foi instalado um centro de triagem pela Cruz Vermelha para identificar as pessoas que participarão na reunião. Numa primeira fase é preciso verificar na lista dos inscritos quem está vivo e quem já morreu, perceber se os que ainda estão vivos continuam a querer participar na reunião e se o seu estado de saúde lhes permite deslocarem-se ao local do encontro.

“Há cada vez mais pessoas que já não querem saber do assunto para nada. E depois há aquelas que estão demasiado frágeis. A verdade é que daqui a dez anos não haverá ninguém nesta lista”, explicou à AFP Woo Kwang-Ho, um responsável da Cruz Vermelha.