Cavaco defende acolhimento de refugiados dentro das possibilidades do país

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"Aos que buscam a Europa fugindo da guerra, Portugal deve manifestar a sua profunda solidariedade e, dentro das suas possibilidades, criar condições para o seu acolhimento, para que, com as suas famílias, possam recomeçar uma vida nova", afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, numa intervenção na cerimónia de entrega do Prémio Champalimaud de Visão, que decorreu na Fundação Champalimaud, em Lisboa.

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"Aos que buscam a Europa fugindo da guerra, Portugal deve manifestar a sua profunda solidariedade e, dentro das suas possibilidades, criar condições para o seu acolhimento, para que, com as suas famílias, possam recomeçar uma vida nova", afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, numa intervenção na cerimónia de entrega do Prémio Champalimaud de Visão, que decorreu na Fundação Champalimaud, em Lisboa.

Cavaco Silva deixou ainda um "veemente apelo" para que "a Europa, face à tragédia que se abate sobre milhares de pessoas, se destaque, uma vez mais, pela defesa dos valores e os princípios da dignidade humana".

"Trata-se de um imperativo ético, que nos caracteriza como cidadãos da Europa e que devemos preservar em nome de um mundo melhor", sublinhou.

De acordo com os dados divulgados hoje pela Organização Internacional para as Migrações, perto de 365 mil migrantes e refugiados atravessaram o Mediterrâneo desde janeiro e mais de 2700 morreram. Mais de 245 mil chegaram à Grécia e mais de 116 mil à Itália.

Na semana passada, o Governo português decidiu criar um grupo de trabalho para estudar a estratégia para receber os refugiados em Portugal, coordenado pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

Além do SEF, integram este grupo representantes do Instituto da Segurança Social, Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP), Direcção-Geral de Saúde, Direcção-Geral da Educação e Alto Comissariado para as Migrações.

Portugal irá acolher cerca de 3000 migrantes e será o grupo de trabalho para a Agenda Europeia para as Migrações que irá estudar esse acolhimento e o plano de ação.

O grupo de trabalho vai proceder "à aferição da capacidade instalada e à preparação de um plano de acção e resposta", em "matéria de reinstalação, relocalização e integração dos imigrantes, devendo apresentar um relatório das atividades desenvolvidas, suas conclusões, propostas e recomendações".

Portugal, através do SEF, já está a colaborar com peritos da Grécia, Bulgária e Itália em diversas ações e projetos, destacando a colaboração de um perito no Gabinete Europeu de Apoio em matéria de Asilo.