João Salaviza e “a imagem do dia”

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“Menos do que uma narrativa, Montanha é uma captação, como se a câmara assumisse o acto de uma presença”, escreve Ghys. E acrescenta: “Salaviza filme este cerco, constrói os seus planos obstruindo-os, acrescentando sucessivamente vários elementos que o vêm perturbar: armários, janelas, mobiliário urbano, sombras... Tudo ajuda à claustrofobia que é imposta ao jovem”.

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“Menos do que uma narrativa, Montanha é uma captação, como se a câmara assumisse o acto de uma presença”, escreve Ghys. E acrescenta: “Salaviza filme este cerco, constrói os seus planos obstruindo-os, acrescentando sucessivamente vários elementos que o vêm perturbar: armários, janelas, mobiliário urbano, sombras... Tudo ajuda à claustrofobia que é imposta ao jovem”.

O crítico do diário francês estabelece um paralelo entre a primeira longa-metragem do realizador português e um dos primeiros filmes de François Truffaut, Os Quatrocentos Golpes (1959). E acrescenta ainda que o protagonista de Montanha tem “a selvajaria de um herói de Pasolini”, inscrevendo o destino de David no contexto de uma época de “crise económica e moral” que deixa camadas da sociedade “ao abandono”.