PCP: "Não haverá aproveitamento da libertação de Sócrates"
Jerónimo de Sousa disse manter a posição que assumiu desde o início da detenção do ex-primeiro-ministro socialista. "Não confundimos as coisas, entre a justiça e a política", disse, sublinhando a separação entre os dois planos.
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Jerónimo de Sousa disse manter a posição que assumiu desde o início da detenção do ex-primeiro-ministro socialista. "Não confundimos as coisas, entre a justiça e a política", disse, sublinhando a separação entre os dois planos.
Questionado sobre o impacto da libertação de Sócrates a poucas semanas do início da campanha eleitoral, o líder do PCP deixou um compromisso. "Pela nossa parte não haverá qualquer tentativa de aproveitamento do processo judicial", afirmou, desejando o "apuramento da verdade para bem de todos, com eficácia" e "sem misturar coisas que não são misturáveis".
O primeiro-ministro Passos Coelho optou por não comentar. Abordado por jornalistas, no final de uma iniciativa na Câmara Municipal de Gaia, ao início da noite, Passos Coelho escusou-se a reagir. “Foi sempre assim: não é hoje que vou abrir uma exceção. Não faço nenhum comentário”, disse, após a assinatura de um acordo de colaboração entre o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e a autarquia. A mesma posição de não comentar o caso foi tomada pelo parceiro de coligação do PSD, o CDS que tem reunidos até domingo alguns dos seus dirigentes na escola de quadros em Ofir. Na coligação PSD/CDS a posição tem sido a de separar entre o caso judicial e a política. Só o eurodeputado do PSD Paulo Rangel quebrou essa regra no passado sábado lançar a questão sobre se "alguém acredita que se os socialistas estivessem no poder haveria um primeiro-ministro sob investigação" [José Sócrates] ou "o maior banqueiro estaria sob investigação" [Ricardo Salgado]. O líder do CDS, Paulo Portas, demarcou-se dessa posição na quinta-feira à noite na TVI. "Não penso o que ele pensa e não diria o que ele disse", afirmou.
Por decisão do juiz Carlos Alexandre, José Sócrates saiu do estabelecimento prisional de Évora, onde esteve detido preventivamente durante 10 meses, e vai para prisão domiciliária com vigilância policial. O ex-primeiro-ministro era o único arguido da Operação Marquês que estava detido na prisão.