PCP: "Não haverá aproveitamento da libertação de Sócrates"

Foto
Jerónimo de Sousa defendeu que "35 anos de políticas de direita" acabaram com marinha mercante Nuno Ferreira Santos

Jerónimo de Sousa disse manter a posição que assumiu desde o início da detenção do ex-primeiro-ministro socialista. "Não confundimos as coisas, entre a justiça e a política", disse, sublinhando a separação entre os dois planos.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Jerónimo de Sousa disse manter a posição que assumiu desde o início da detenção do ex-primeiro-ministro socialista. "Não confundimos as coisas, entre a justiça e a política", disse, sublinhando a separação entre os dois planos.

Questionado sobre o impacto da libertação de Sócrates a poucas semanas do início da campanha eleitoral, o líder do PCP deixou um compromisso. "Pela nossa parte não haverá qualquer tentativa de aproveitamento do processo judicial", afirmou, desejando  o "apuramento da verdade para bem de todos, com eficácia" e "sem misturar coisas que não são misturáveis". 

O primeiro-ministro Passos Coelho optou por não comentar. Abordado por jornalistas, no final de uma iniciativa na Câmara Municipal de Gaia, ao início da noite, Passos Coelho escusou-se a reagir. “Foi sempre assim: não é hoje que vou abrir uma exceção. Não faço nenhum comentário”, disse, após a assinatura de um acordo de colaboração entre o Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) e a autarquia. A mesma posição de não comentar o caso foi tomada pelo parceiro de coligação do PSD, o CDS que tem reunidos até domingo alguns dos seus dirigentes na escola de quadros em Ofir. Na coligação PSD/CDS a posição tem sido a de separar entre o caso judicial e a política. Só o eurodeputado do PSD Paulo Rangel quebrou essa regra no passado sábado lançar a questão sobre se "alguém acredita que se os socialistas estivessem no poder haveria um primeiro-ministro sob investigação" [José Sócrates] ou "o maior banqueiro estaria sob investigação" [Ricardo Salgado]. O líder do CDS, Paulo Portas, demarcou-se dessa posição na quinta-feira à noite na TVI. "Não penso o que ele pensa e não diria o que ele disse", afirmou. 

Por decisão do juiz Carlos Alexandre, José Sócrates saiu do estabelecimento prisional de Évora, onde esteve detido preventivamente durante 10 meses, e vai para prisão domiciliária com vigilância policial. O ex-primeiro-ministro era o único arguido da Operação Marquês que estava detido na prisão.