Passos admite "revisitar" financiamento das autarquias que tem "insuficiências"
"Nós sabemos que teremos, um desses dias, de revisitar as condições de financiamento" das autarquias, mas "não para dar a ideia de que vamos, agora de repente, perder a cabeça e gastar mais do que aquilo que podemos", afirmou.
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"Nós sabemos que teremos, um desses dias, de revisitar as condições de financiamento" das autarquias, mas "não para dar a ideia de que vamos, agora de repente, perder a cabeça e gastar mais do que aquilo que podemos", afirmou.
Passos Coelho, que discursava na sessão solene de encerramento das Festas do Povo, em Campo Maior, referiu ter abordado este assunto do financiamento das autarquias locais durante o almoço, naquela vila, com o presidente da câmara alentejana, Ricardo Pinheiro.
"Se pudermos vir a gastar mais é porque a nossa economia, a nossa sociedade, gerou mais riqueza, mais rendimento que nos permita pensar de uma outra maneira: Pagar o que devemos e ainda aumentar as nossas disponibilidades para o dia-a-dia", acrescentou. Segundo o chefe do Governo, a "preocupação" do executivo, nesta altura, "não está em aumentar a despesa", mas sim "em distribuí-la melhor".
"E não há dúvida de que o modelo de financiamento das autarquias tem revelado muitas insuficiências. Há autarquias hoje que recebem, de forma sazonal ou diária, muito mais pessoas, cidadãos, utilizadores dos seus equipamentos do que aqueles que pagam impostos no respetivo município", disse.
O primeiro-ministro, que abordou também a temática do turismo, considerando que "ainda há muito para fazer" neste sector, fez ainda questão de sublinhar que, no futuro, é preciso ter uma economia que "esteja mais" ao serviço das pessoas.
"Esse é um objectivo essencial para os próximos anos. Nós precisamos de crescer, mas precisamos de crescer não de qualquer maneira, precisamos de crescer de modo a acrescentar valor àquilo que fazemos e disponibilizar esse valor a cada vez mais pessoas", disse.
Durante o discurso, Passos Coelho recordou o percurso do Governo no início da legislatura e que, ao longo dos últimos anos, foram lançadas "sementes muito importantes" de transformação na sociedade, para "garantir uma maior prosperidade" no futuro.
Passos Coelho fez ainda questão de afirmar que o Governo está a "apoiar" a candidatura daquelas festas a Património Imaterial da Humanidade, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), enaltecendo o trabalho desenvolvido pela população daquela vila alentejana em redor das flores de papel.
Durante a sessão solene de encerramento das Festas do Povo, o presidente do município de Campo Maior, Ricardo Pinheiro, fez um balanço positivo da edição deste ano daquele evento, revelando que passaram por Campo Maior "cerca de 700 mil visitantes"
Após a cerimónia, nos Paços do Concelho, o primeiro-ministro visitou as ruas floridas de Campo Maior, tendo recebido aplausos de populares, mas também alguns apupos.