Milhares contra lei que permite ao Japão intervir militarmente no estrangeiro

O primeiro-ministro Shinzo Abe quer mudar, até ao fim de Setembro, a Constituição pacifista imposta ao país depois da derrota na II Guerra Mundial.

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“Sim à paz, não à guerra”, lia-se em cartazes empunhados por manifestantes, que não se atemorizaram com a chuva Reuters

“Sim à paz, não à guerra”, diziam cartazes empunhados por manifestantes, que não se atemorizaram com a chuva. Concentraram-se na capital 120 mil pessoas, segundo os organizadores; 30 mil de acordo com a polícia. Entre os manifestantes estavam, de acordo com a AFP, dirigentes da oposição, estudantes, jovens pais, idosos e artistas como o compositor Ryuichi Sakamoto. Noutra manifestação, de apoio à política militar do Governo, participaram cerca de 500 pessoas, noticiou a Reuters.

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“Sim à paz, não à guerra”, diziam cartazes empunhados por manifestantes, que não se atemorizaram com a chuva. Concentraram-se na capital 120 mil pessoas, segundo os organizadores; 30 mil de acordo com a polícia. Entre os manifestantes estavam, de acordo com a AFP, dirigentes da oposição, estudantes, jovens pais, idosos e artistas como o compositor Ryuichi Sakamoto. Noutra manifestação, de apoio à política militar do Governo, participaram cerca de 500 pessoas, noticiou a Reuters.

“Não posso ficar de braços cruzados quando penso que com as derivas do governo [do primeiro-ministro Shinzo] Abe, o Japão pode voltar à guerra”, disse um dos manifestantes, Kenichi Ozawa. “O nosso objectivo é pôr fim a este projecto de lei e derrubar o governo para dar lugar a uma nova política”, afirmou outro, Shingo Nagano, um reformado.

Noutras cidades ocorreram também acções de protesto. Em Nagoya, no centro, um grupo de mães reuniu-se e adoptou como palavra de ordem: “Protejam os nossos filhos!”.

As manifestações são um sinal da mobilização crescente contra leis que o primeiro-ministro, Shinzo Abe, do Partido Liberal Democrata (PLD), espera ver aprovadas ainda no final da actual legislatura, que termina no final de Setembro. Depois de terem sido aprovadas pela câmara baixa do Parlamento em Julho, estão em discussão no Senado.

Com a sua reinterpretação da Constituição pacifista imposta pelos Estados Unidos ao Japão após a derrota de 1945, o Governo de Abe quer alargar a noção de defesa dos interesses do país ao exterior. Se as mudanças se confirmarem, as Forças de Autodefesa, designação oficial das Forças Armadas, poderão actuar em conflitos para apoiar aliados em dificuldades, mesmo que o Japão não esteja a ser directamente ameaçado.