Camião encontrado na Áustria tinha 71 corpos, polícia detém quatro suspeitos
Entre as vítimas há quatro crianças, oito mulheres e 59 homens, que terão morrido asfixiados.
"Para além disso, a polícia fez buscas em casas e interrogou quase 20 pessoas como testemunhas", avançou a polícia húngara em comunicado – o camião que foi encontrado numa auto-estrada austríaca partiu da Hungria.
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"Para além disso, a polícia fez buscas em casas e interrogou quase 20 pessoas como testemunhas", avançou a polícia húngara em comunicado – o camião que foi encontrado numa auto-estrada austríaca partiu da Hungria.
A polícia austríaca acredita que as detenções podem levar aos principais responsáveis – provavelmente, segundo a polícia, uma rede de tráfico com raízes na Bulgária e na Hungria.
O estado em que os corpos foram encontrados, na quinta-feira, não permitiu à polícia avançar um número preciso – falava-se de entre 20 e 50 pessoas –, mas o balanço final já foi estabelecido: 59 homens, oito mulheres e quatro crianças, que os investigadores austríacos acreditam terem morrido de asfixia.
As autoridades ainda não conseguiram estabelecer as identidades e as nacionalidades de todas as vítimas, mas adiantam que foi encontrado um passaporte da Síria.
Na quinta-feira, quando uma patrulha da polícia austríaca abriu as portas do camião, deparou-se com um cenário macabro: uma pilha de corpos em decomposição, cujos fluidos já escorriam para a estrada.
"Esta tragédia devia preocupar-nos a todos", disse na quinta-feira a ministra do Interior da Áustria, Johanna Mikl-Leitner. "Os traficantes de pessoas são criminosos que não se interessam pelo bem-estar dos refugiados, apenas pelo lucro", sublinhou. "Desengane-se quem ainda achar que eles ajudam os refugiados", continuou, apelando a que ninguém dê auxílio ao condutor para escapar às autoridades.
Está em curso uma caça ao homem para o encontrar, em coordenação com as autoridades húngaras. Sabe-se que o camião, de uma empresa eslovaca de carne de aves, foi vendido em 2014 e está registado em nome de um cidadão romeno. A polícia não sabe quando terá mais informações. "Não temos referência para um caso destes", disse um responsável à emissora pública ORF.