Confiança dos consumidores voltou a aumentar este mês

Indicador em máximo desde 2001. Melhoria nas expectativas sobre a evolução do desemprego e a situação económica reforçam subida.

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Em Agosto melhorou a avaliação dos consumidores sobre a situação económica do país Pedro Elias

De acordo com os inquéritos de conjuntura divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o aumento da confiança reflectiu uma expectativa mais positiva dos consumidores em relação ao desemprego, que baixou no segundo trimestre para 11,9%, à evolução da economia e da situação financeira das famílias.

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De acordo com os inquéritos de conjuntura divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o aumento da confiança reflectiu uma expectativa mais positiva dos consumidores em relação ao desemprego, que baixou no segundo trimestre para 11,9%, à evolução da economia e da situação financeira das famílias.

Segundo o INE, foi a melhoria nas perspectivas sobre a evolução do desemprego que teve um impacto “mais significativo” na subida do indicador. Sobre a “evolução passada e futura da situação económica do país”, as opiniões dos inquiridos aumentaram “expressivamente em Agosto, atingindo os respectivos máximos desde Maio e Março de 2000”. Esta trajectória é ascendente desde Janeiro de 2013, tal como acontece com o indicador global de confiança.

A recuperar aparecem também as opiniões sobre a compra de bens duradouros. No entanto, se a opinião dos inquiridos sobre a situação financeira das famílias voltou a melhorar este mês, diminuiu “de forma ténue” o saldo das expectativas de evolução da poupança, ainda que o “saldo das apreciações sobre a evolução da poupança” tenha aumentando no último mês.

O indicador de confiança, medido pelo INE desde Setembro de 1997, está desde sempre em terreno negativo e assim continua, apesar de estar no valor mais alto desde Agosto de 2001 (o valor mais alto que alguma vez registou foi no primeiro ano do inquérito, nos -5,5 pontos). Depois de atingir em Dezembro de 2012 o valor mais baixo, de -59,8 pontos, o índice iniciou a partir daí um movimento de melhoria, atingindo agora os -18,1 pontos (estava em -25,5 pontos há um ano).

Clima económico estabiliza
Do lado das empresas, o indicador de clima económico estabilizou. A subida iniciada em Janeiro de 2013, refere o INE, foi interrompido este mês, diminuindo no comércio, mas melhorando de forma ligeira na indústria transformadora, na construção, obras públicas e nos serviços.

“O indicador de confiança da indústria transformadora recuperou ligeiramente em Agosto, devido ao contributo positivo das apreciações sobre a procura global e relativas aos stocks de produtos acabados, tendo as perspectivas de produção contribuído negativamente”, explica o INE.

Já no sector da construção e obras públicas, a melhoria também foi “ténue”, com uma evolução positiva nas “opiniões sobre a carteira de encomendas e, sobretudo, perspectivas de emprego”. No caso dos serviços, a recuperação deve-se “ao acentuado comportamento positivo” das expectativas dos empresários em relação à actividade da empresa, já que as opiniões sobre a evolução da carteira de encomendas e as perspectivas da procura pioraram.

A excepção foi o indicador de confiança do comércio, que se agravou por causa do “contributo negativo das expectativas de actividade e das apreciações sobre o volume de vendas”.

Na zona euro, o indicador de sentimento económico, medido pela Direcção-Geral dos Assuntos Económicos e Financeiros da Comissão Europeia, aumentou 0,2 pontos entre Julho e Agosto. O indicador relativo aos consumidores subiu porque melhorou a avaliação sobre a situação económica. Nas empresas, o indicador melhorou nos sectores da construção, serviços e comércio de retalho.