Universidade de Vila Real cria "jardins terapêuticos" para cura física e mental

Foto
Carlos Lopes/arquivo

O objectivo do projecto, que está a ser desenvolvido por investigadores da UTAD, é demonstrar a mais-valia destes jardins na promoção da saúde do bem-estar físico, social e psicológico dos utentes. "As áreas residenciais com jardins de proximidade têm provado ter menor ocorrência de problemas mentais, promovendo a interacção social e o sentimento comunitário, oportunidades de escape às actividades diárias exigentes e espaços para exercício físico, bem como oportunidades para restauração mental e alívio do stresse", afirmou, em comunicado, o professor da UTAD Frederico Meireles.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O objectivo do projecto, que está a ser desenvolvido por investigadores da UTAD, é demonstrar a mais-valia destes jardins na promoção da saúde do bem-estar físico, social e psicológico dos utentes. "As áreas residenciais com jardins de proximidade têm provado ter menor ocorrência de problemas mentais, promovendo a interacção social e o sentimento comunitário, oportunidades de escape às actividades diárias exigentes e espaços para exercício físico, bem como oportunidades para restauração mental e alívio do stresse", afirmou, em comunicado, o professor da UTAD Frederico Meireles.

O investigador acrescentou, ainda, que "as zonas urbanas próximas dos espaços verdes são também mais seguras e menos propensas à violência e ao vandalismo".

O trabalho da academia transmontana quer, agora, demonstrar a "vocação dos parques e jardins para a regeneração mental e física do ser humano" e provar que, com a sua implementação, se pode conseguir uma "eficiente redução dos custos com a saúde e seguranças das sociedades urbanas".

O interesse por esta linha de investigação na UTAD foi iniciado pela docente e arquitecta paisagista Sandra Costa, que estudou os espaços terapêuticos e restaurativos, utilizando como caso de estudo o campus do Hospital Pedro Hispano, no Porto.

Nos últimos três anos, Frederico Meireles tem evidenciado a importância destes espaços para as comunidades e o seu contributo para o bem-estar e restauração mental através de trabalhos feitos no âmbito de um projecto de investigação europeu sobre Hortas Urbanas na Europa.

Entretanto, e no âmbito deste projecto, a investigadora Lina Fernandes tem vindo a estudar o caso da quinta da Associação de Paralisia Cerebral de Vila Real, com o objectivo de desenvolver um espaço exterior adaptado às necessidades terapêuticas.

Mais recentemente, o projecto final de mestrado de arquitectura paisagista de Guilherme Fernandes focou o campus da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM), em Sabrosa, tendo resultado no projecto de um espaço adaptado a utilizadores com necessidades especiais e com capacidade de auxiliar as terapias no espaço exterior.

Frederico Meireles e Sandra Costa estão também a desenvolver estudos em parques e jardins, focando o comportamento das pessoas, a sua percepção e a relação emocional que estabelecem com os espaços exteriores.