PSP identificou este ano seis menores suspeitos de atearem incêndios
Actualmente, há dois jovens em centros educativos a cumprir "medida de internamento na sequência de cometimento de crime de incêndio florestal".
Os seis jovens que foram detidos nos primeiros oito meses do ano têm idades até aos 16 anos, adianta a PSP em comunicado, acrescentando que em 2013 tinham sido identificados nove menores e, no ano passado, 11.
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Os seis jovens que foram detidos nos primeiros oito meses do ano têm idades até aos 16 anos, adianta a PSP em comunicado, acrescentando que em 2013 tinham sido identificados nove menores e, no ano passado, 11.
Desde 2013 foram identificados por esta polícia 26 menores, que representam 19,8% do total de pessoas identificadas por suspeita de estarem envolvidos em incêndios florestais ocorridos na área de responsabilidade da PSP.
Dados da Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais divulgados nesta sexta-feira revelam ainda que, actualmente, encontram-se dois jovens em centros educativos a cumprir "medida de internamento na sequência de cometimento de crime de incêndio florestal".
Segundo a PSP, em 2013 foram identificados 59 pessoas por suspeita de envolvimento em incêndios florestais, sendo que uma delas era reincidente. Em 2014, o número diminuiu para 37, havendo dois reincidentes. Este ano, já foram identificadas 35 pessoas, entre menores e adultos.
Fontes policiais salientaram ao PÚBLICO a probabilidade de os dados estatísticos de diferentes autoridades registarem redundâncias, ou seja, uma vez que a Polícia Judiciária tem competência exclusiva para investigar incêndios de origem criminosa, a PSP e a GNR podem ser chamadas primeiro ao local registando a ocorrência que, mais tarde, volta a ser registada pela PJ chamada a investigar. Por isso, o mesmo suspeito pode constar nas estatísticas de duas polícias diferentes, sendo que a PSP e a GNR podem investigar incêndios provocados por negligência.
Feita a ressalva, a GNR, a polícia mais presente nas áreas rurais, identificou desde o ano de 2013, 68 menores de 18 anos suspeitos de atearem incêndios florestais. O número, noticiado pelo PÚBLICO esta semana, representa 3,5% do total de identificados. No mesmo período, a PJ identificou 51 menores suspeitos. Na contabilização dos casos referentes a menores, a PJ reporta-se apenas aos jovens até aos 16 anos, a idade até à qual não são criminalmente responsáveis.
Nessas situações, os casos são comunicados ao Ministério Público para a instauração de um processo tutelar educativo em Tribunais de Família e Menores que pode acabar com o internamento dos jovens em centros educativos, os antigos reformatórios.
Também nesta sexta-feira, a PJ anunciou a detenção de um homem de 53 anos "fortemente indiciado" pela prática de dois incêndios florestais ocorridos este mês, no concelho de São Pedro do Sul, distrito de Viseu. "O suspeito, agindo num quadro de vingança e de dependência alcoólica, ateou o fogo em duas ocasiões distintas, em zonas de mato, na localidade onde reside, no concelho de São Pedro do Sul", explica a PJ, em comunicado.