Venda de "street food" cresce e dinamiza economias locais

"Street food" cresce e dinamiza economias locais

Fotogaleria

A venda ambulante de "street food" (comida de rua) é hoje um negócio em crescimento um pouco por todo o país, reunindo vários empresários na organização de festivais que, segundo a associação nacional do sector, dinamizam as economias locais. "No último ano, passamos de 20 ou 30 conceitos de negócio de 'street food' que existiam em Portugal para cerca de 120 a 130 que já existem neste momento", disse à agência Lusa o vice-presidente da Associação de Street Food Portugal (ASFP), José Borralho, que ocupa também o cargo de presidente da APTECE - Associação Portuguesa de Turismo de Culinária e Economia.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A venda ambulante de "street food" (comida de rua) é hoje um negócio em crescimento um pouco por todo o país, reunindo vários empresários na organização de festivais que, segundo a associação nacional do sector, dinamizam as economias locais. "No último ano, passamos de 20 ou 30 conceitos de negócio de 'street food' que existiam em Portugal para cerca de 120 a 130 que já existem neste momento", disse à agência Lusa o vice-presidente da Associação de Street Food Portugal (ASFP), José Borralho, que ocupa também o cargo de presidente da APTECE - Associação Portuguesa de Turismo de Culinária e Economia.

O primeiro festival de "street food" em Portugal aconteceu em Abril deste ano, no Estoril, concelho de Cascais, onde estiveram reunidos, durante uma semana, perto de 50 empresários deste ramo, acolhendo mais de 100 mil pessoas, o que resultou numa facturação total de "cerca de 350 mil euros", revelou o responsável. Depois do evento, "uma grande parte dos municípios portugueses interessaram-se" por acolher este tipo de iniciativas, pelo que já se realizaram festivais de comida de rua em Oeiras, Portimão e Ericeira (Mafra), prevendo-se a organização de mais seis até ao final de Outubro.

"Quando devidamente organizado, o 'street food' contribui também para uma dinâmica de comércio local", frisou José Borralho. As tradicionais rulotes de comida têm vindo a reinventar-se com alguma criatividade na apresentação estética dos veículos, assim como na forma — agora mais sofisticada — de servir os produtos, desde os típicos cachorros quentes e hambúrgueres aos produtos vegetarianos ou biológicos, doces tradicionais ou vinhos portugueses.

"Nos últimos anos, há uma nova geração de chefes que decidiu também vir para a rua com uma forma mais criativa de mostrar a sua cozinha", admitiu o responsável da ASFP, defendendo que não se trata de uma comida necessariamente "fast food". Segundo José Borralho, existe a preocupação de confeccionar com ingredientes locais, primando por um produto saboroso e atractivo, que tem resultado numa "oferta gastronómica bastante interessante".

O "street food" é essencialmente um conceito de família, afirmou o vice-presidente da ASFP, considerando ainda que "o consumidor hoje é muito mais móvel", pelo que estes negócios funcionam "em zonas turísticas ou nos grandes centros urbanos, com uma população mais jovem e mais aberta a estas tendências". Para além da diversidade de produtos que é possível encontrar nos festivais de "street food", a organização aposta numa componente de animação com bandas, DJ ou "showcookings".

O Verão é a época alta para os empresários de comida de rua, porém, "começa a haver uma interpretação de que o 'street food' é a nova galinha dos ovos de ouro", alertou o responsável da ASFP, referindo-se aos responsáveis de festivais de música e outro tipo de eventos que "tentam pedir valores pornográficos de aluguer de espaço". Actualmente, o mercado do "street food" vale "cerca de 2,5 milhões de euros a nível nacional", reforçou José Borralho, apontando para um possível crescimento na ordem dos 20%, pois "ainda não está devidamente potenciado".

De acordo com o vice-presidente da ASFP, o principal entrave ao negócio é "a legislação antiquada que existe em termos da venda ambulante", pelo que é necessário sensibilizar os autarcas para autorizarem o licenciamento de espaços para negócios deste género.