Maria Belém avança para a Presidência da República
Ex-presidente do PS confirma que estará na corrida a Belém depois das legislativas.
“Apresentarei publicamente a minha candidatura após as eleições legislativas de 4 de Outubro", afirmou a militante socialista à agência Lusa.
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“Apresentarei publicamente a minha candidatura após as eleições legislativas de 4 de Outubro", afirmou a militante socialista à agência Lusa.
A confirmação surge após semanas de apelos vários à candidatura, que incluiu uma petição subscrita por 100 personalidades, intitulada Esta é a hora da cidadania. Os escritores Nuno Júdice, Rita Ferro e Inês Pedrosa assinaram a petição, assim como Simonetta Luz Afonso, os reitores do ISCTE e da Universidade Nova, e os jornalistas Eduardo Miragaia e Edite Espadinha.
O anúncio de Maria de Belém foi feito no mesmo dia em que acompanhou o secretário-geral do PS ao Palácio de Justiça, em Lisboa, onde António Costa entregou as listas de candidatos por este distrito. Maria de Belém recusara ser incluída em lugar elegível nas listas a deputados, preferindo ocupar o primeiro lugar dos candidatos suplentes.
Quando o anúncio da decisão de Maria de Belém chegou à comunicação social, António Costa estava no programa Opinião Pública da SIC, em directo, a responder às perguntas de telespectadores. Questionado pela jornalista da SIC sobre o anúncio da ex-presidente do PS, o secretário-geral socialista manteve o discurso que já tinha feito de manhã, afirmando que a prioridade do partido é "focar-se nas legislativas", onde se deve "mobilizar e concentrar as energias".
Costa disse ter "estima" por Maria de Belém e aproveitou para deixar uma crítica implícita ao momento escolhido para o anúncio ao realçar que a "mensagem que a própria Maria de Belém deu hoje ao estar presente na entrega das listas de que é a primeira suplente foi essa: que a própria prioridade dela são as legislativas e a vitória do PS nessas eleições". E recusou, repetidamente, falar sobre o apoio a qualquer candidatura: "Cada coisa tem o seu momento próprio."
"[O apoio a uma candidato] será discutido no momento próprio. Cada coisa tem o seu momento próprio. Nós nem sabemos sequer o universo total de pessoas que se vão candidatar. Se tivéssemos tomado essa decisão há dois meses não teríamos a possibilidade de contar com Maria de Belém que, pelos vistos, anunciou agora. Vamos dar tempo ao tempo, as coisas clarificar-se-ão e no momento próprio far-se-ão as escolhas que tiverem que se fazer", argumentou António Costa.
Já no final do programa, António Costa confirmou que foi informado previamente da decisão da antiga presidente do PS e limitou-se a acrescentar: "Ela sabe qual é o calendário do PS e que a seguir às legislativas tomaremos uma decisão sobre as eleições presidenciais."
A decisão já era esperada há dias. Num comunicado de um movimento de apoio a uma sua candidatura, Maria de Belém dera mais um passo em relação ao desafio presidencial: "Nada me impedirá de pensar para lá das legislativas." Seis elementos da designada Associação Cívica Portugal Melhor, constituída por uma centena de cidadãos, reuniram-se com Maria de Belém para apelarem a que se candidate por considerarem que é "uma cidadã de exemplar vida cívica, de reconhecida e vasta experiência política, nacional e internacional, e de constante dedicação ao bem comum".
Com Lusa