Já há obras no Caleidoscópio para criar um centro académico e um restaurante
A requalificação do edifício no Jardim do Campo Grande, em Lisboa, custa dois milhões de euros e é financiada pela McDonald's, que aí vai instalar um restaurante com esplanada.
O imóvel foi entregue pela Câmara de Lisboa à Universidade de Lisboa em 2011, numa altura em que era já evidente a degradação do espaço, no qual à data funcionava apenas uma livraria. A ideia era que a transformação do edifício ficasse concluída até ao final do primeiro semestre do ano seguinte, mas as obras acabaram por só começar no passado mês de Julho.
Já depois de o imóvel ter sido cedido àquela entidade, o município realizou obras de requalificação de toda a zona Norte do Jardim do Campo Grande. Concluídos no final de 2013, esses trabalhos incluíram a substituição do piso existente, o reforço do sistema de iluminação pública, a instalação de um sistema de rega e a colocação de novo mobiliário urbano, bem como a impermeabilização do lago e a criação de um parque canino. Também os campos de ténis e o ringue existentes foram entregues à universidade, que os transformou em campos de padel.
Alheio a esse movimento de regeneração permaneceu o Caleidoscópio, que foi definhando com a passagem do tempo. Mas quem por estes dias passa no Jardim do Campo Grande verifica, até pelo barulho das máquinas que se faz ouvir a grande distância, que as obras há muito aguardadas estão finalmente em marcha.
O edifício está agora rodeado de uma vedação metálica, por cima da qual é possível ver que pouco resta do interior do imóvel projectado em 1971 pelo arquitecto Nuno San Payo e que acolhia lojas, um restaurante e uma livraria. Aquilo que os observadores não conseguirão porventura perceber é o que é que ali está a ser feito ou quem é o responsável pela empreitada, uma vez que no local não há (como o PÚBLICO constatou na passada quinta-feira) qualquer informação afixada.
Respondendo a perguntas do PÚBLICO, a Sistema McDonald’s Portugal informa que a operação de “recuperação e requalificação” do Caleidoscópio, que “resulta de uma parceria” com a Universidade de Lisboa e com o município, começou no dia 13 de Julho e tem uma duração estimada de 12 meses. “Trata-se de um investimento importante que ronda os dois milhões de euros”, diz a empresa, que frisa ter “muito orgulho” por contribuir “para devolver um espaço tão emblemático como este à cidade de Lisboa”.
Nessas respostas confirma-se que no futuro centro académico vai ser criado um restaurante da marca, com “140 lugares sentados na sala e 60 na esplanada”, que “irá ocupar cerca de 23% do espaço total” do Caleidoscópio. Questionada sobre se esse restaurante terá a valência de “McDrive” (que permite aos clientes adquirirem uma refeição sem abandonarem os seus veículos) e sobre como será feito o acesso dos automóveis, a empresa responde que sim, acrescentando que “as questões relacionadas com a preservação do espaço e com o acesso e tráfego foram revistas em conjunto com a Câmara de Lisboa”.
Já o reitor da Universidade de Lisboa, que diz ter a expectativa de que as obras sejam concluídas em oito e não em 12 meses, entende que a criação deste centro académico será “uma mais-valia importante para a cidade e para a universidade”. António Cruz Serra afirmou ao PÚBLICO que este equipamento se dirige a “alunos de todas as universidades”, que aqui poderão estudar, beneficiando de “infra-estruturas” (como Internet sem fios e impressoras) e com “segurança”.
Segundo o reitor, a principal valência deste espaço será uma zona de estudo “muito grande”, que se prevê que esteja aberta 24 horas por dia. Haverá ainda um anfiteatro e diversas salas, que os estudantes poderão utilizar para a prática de diferentes actividades, além do já mencionado restaurante. A esse respeito, António Cruz Serra lembra que a ambição da Universidade de Lisboa sempre foi reabilitar o Caleidoscópio sem despender fundos próprios, notando que a parceria com a McDonald’s permitiu concretizar esse objectivo.
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O imóvel foi entregue pela Câmara de Lisboa à Universidade de Lisboa em 2011, numa altura em que era já evidente a degradação do espaço, no qual à data funcionava apenas uma livraria. A ideia era que a transformação do edifício ficasse concluída até ao final do primeiro semestre do ano seguinte, mas as obras acabaram por só começar no passado mês de Julho.
Já depois de o imóvel ter sido cedido àquela entidade, o município realizou obras de requalificação de toda a zona Norte do Jardim do Campo Grande. Concluídos no final de 2013, esses trabalhos incluíram a substituição do piso existente, o reforço do sistema de iluminação pública, a instalação de um sistema de rega e a colocação de novo mobiliário urbano, bem como a impermeabilização do lago e a criação de um parque canino. Também os campos de ténis e o ringue existentes foram entregues à universidade, que os transformou em campos de padel.
Alheio a esse movimento de regeneração permaneceu o Caleidoscópio, que foi definhando com a passagem do tempo. Mas quem por estes dias passa no Jardim do Campo Grande verifica, até pelo barulho das máquinas que se faz ouvir a grande distância, que as obras há muito aguardadas estão finalmente em marcha.
O edifício está agora rodeado de uma vedação metálica, por cima da qual é possível ver que pouco resta do interior do imóvel projectado em 1971 pelo arquitecto Nuno San Payo e que acolhia lojas, um restaurante e uma livraria. Aquilo que os observadores não conseguirão porventura perceber é o que é que ali está a ser feito ou quem é o responsável pela empreitada, uma vez que no local não há (como o PÚBLICO constatou na passada quinta-feira) qualquer informação afixada.
Respondendo a perguntas do PÚBLICO, a Sistema McDonald’s Portugal informa que a operação de “recuperação e requalificação” do Caleidoscópio, que “resulta de uma parceria” com a Universidade de Lisboa e com o município, começou no dia 13 de Julho e tem uma duração estimada de 12 meses. “Trata-se de um investimento importante que ronda os dois milhões de euros”, diz a empresa, que frisa ter “muito orgulho” por contribuir “para devolver um espaço tão emblemático como este à cidade de Lisboa”.
Nessas respostas confirma-se que no futuro centro académico vai ser criado um restaurante da marca, com “140 lugares sentados na sala e 60 na esplanada”, que “irá ocupar cerca de 23% do espaço total” do Caleidoscópio. Questionada sobre se esse restaurante terá a valência de “McDrive” (que permite aos clientes adquirirem uma refeição sem abandonarem os seus veículos) e sobre como será feito o acesso dos automóveis, a empresa responde que sim, acrescentando que “as questões relacionadas com a preservação do espaço e com o acesso e tráfego foram revistas em conjunto com a Câmara de Lisboa”.
Já o reitor da Universidade de Lisboa, que diz ter a expectativa de que as obras sejam concluídas em oito e não em 12 meses, entende que a criação deste centro académico será “uma mais-valia importante para a cidade e para a universidade”. António Cruz Serra afirmou ao PÚBLICO que este equipamento se dirige a “alunos de todas as universidades”, que aqui poderão estudar, beneficiando de “infra-estruturas” (como Internet sem fios e impressoras) e com “segurança”.
Segundo o reitor, a principal valência deste espaço será uma zona de estudo “muito grande”, que se prevê que esteja aberta 24 horas por dia. Haverá ainda um anfiteatro e diversas salas, que os estudantes poderão utilizar para a prática de diferentes actividades, além do já mencionado restaurante. A esse respeito, António Cruz Serra lembra que a ambição da Universidade de Lisboa sempre foi reabilitar o Caleidoscópio sem despender fundos próprios, notando que a parceria com a McDonald’s permitiu concretizar esse objectivo.