PS diz que coligação não inspira a confiança dos portugueses
Socialistas apelam ao voto útil do centro-esquerda.
“Os discursos destas festas do PSD, agora com as artes decorativas do CDS, mostram uma coligação que não pode inspirar a confiança dos portugueses. Primeiro porque não fala a verdade sobre o passado recente e o presente do país e depois porque esconde deliberadamente as medidas que pretende tomar nos próximos quatro anos”, afirmou Carlos César aos jornalistas, em Ponta Delgada, numa reação aos discursos que marcaram a ‘rentrée’ do PSD e CDS-PP.
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“Os discursos destas festas do PSD, agora com as artes decorativas do CDS, mostram uma coligação que não pode inspirar a confiança dos portugueses. Primeiro porque não fala a verdade sobre o passado recente e o presente do país e depois porque esconde deliberadamente as medidas que pretende tomar nos próximos quatro anos”, afirmou Carlos César aos jornalistas, em Ponta Delgada, numa reação aos discursos que marcaram a ‘rentrée’ do PSD e CDS-PP.
Na noite de sábado, pela primeira vez, PSD e CDS-PP juntaram-se na tradicional Festa do Pontal, em Quarteira (Algarve), numa ‘rentrée' conjunta a menos de dois meses das eleições legislativas de 4 de Outubro. O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, defendeu a necessidade de "um resultado politicamente inequívoco” nas próximas eleições, sublinhando a importância da estabilidade governativa.
O socialista Carlos César está de acordo com a necessidade de sair das próximas eleições um “resultado inequívoco”, mas frisou que “a direita não tem mais por onde ir buscar o apoio aos portugueses”, enquanto o PS apela “a todos os eleitores para que concentrem o seu voto neste partido de centro-esquerda, o único que pode vencer estas eleições, substituir e alterar este caminho difícil e penoso” percorrido nos últimos anos.
O presidente do PS considerou que tanto Paulo Portas como Passos Coelho fizeram “discursos orientados para fazer oposição à oposição”, nada dizendo sobre as medidas que a coligação pretende tomar se vencer as eleições legislativas.
“Esta coligação tem duas naturezas de medidas: fazer o mesmo que tem feito, ou seja, prolongar e acentuar em algumas componentes políticas de austeridade, agravar medidas como as que pretende na área da Segurança Social com a privatização de parte do sistema, diminuir em 600 milhões de euros o valor das pensões, fechar mais serviços públicos e tornando mais caro o Serviço Nacional de Saúde”, afirmou Carlos César, classificando como “delírio absoluto” que o PS queira privatizar a Segurança Social.
O socialista criticou ainda a forma “desonesta” como a coligação coloca o debate político, nomeadamente quando envolve o caso da Grécia, alegando que “toda a gente sabe que Portugal não é a Grécia, mas toda a gente sabe também que o PS não é o Syrisa e que terá de ter a maior ponderação na futura governação do país”.
“A coligação deixou-nos os cofres cheios de dívidas, empresas privadas oneradíssimas e empresas públicas vendidas ao desbarato”, sublinhou.