Marinha italiana encontrou barco com 40 mortos no porão

Asfixia foi a provável causa de morte dos passageiros de embarcação em dificuldades detectada a 21 milhas da Líbia esta manhã.

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Salvamento pela Marinha italiana no Mediterrâneo Marinha Militar/AFP

Um helicóptero da Marinha detectou um navio em dificuldade a cerca de 21 milhas da costa líbia, “sobrecarregado e que começava a adornar”, relatou uma jornalista da televisão RaiNews que se encontrava no centro de coordenação das operações, citada pela AFP. O salvamento desta embarcação de 14 metros, um pesqueiro, iniciou-se pelas 6h da manhã (5h em Itália).

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Um helicóptero da Marinha detectou um navio em dificuldade a cerca de 21 milhas da costa líbia, “sobrecarregado e que começava a adornar”, relatou uma jornalista da televisão RaiNews que se encontrava no centro de coordenação das operações, citada pela AFP. O salvamento desta embarcação de 14 metros, um pesqueiro, iniciou-se pelas 6h da manhã (5h em Itália).

O comandante do navio Cigala Fulgosi disse ter encontrado uma "cena terrível, que afectou muito" a sua tripulação: dezenas de cadáveres no porão, mulheres que choravam os seus homens", contou. Não é ainda claro o número de vítimas, porque os corpos estão misturados uns com os outros, e ainda não foram todos recuperados. Não se percebia, quando a Marinha chegou, se havia alguém a controlar o barco.

Os traficantes que organizam as viagens entre a Líbia e Itália têm por hábito colocar no porão os migrantes africanos que pagam menos pela travessia do Mediterrâneo, e impedem-nos de sair dali, recorrendo à violência. Ali, os migrantes correm o risco de morrer asfixiados pelos gases do combustível usado nos barcos. São também os que correm mais riscos, se a embarcação naufragar.

Os sírios, ou de outras nacionalidades, a quem cobram mais, viajam na parte de cima das embarcações.

Este ano, o número de migrantes e refugiados chegados à Europa ronda os 250 mil e supera já o total de 2014, segundo a Organização Internacional das Migrações. E 2300 pessoas morreram já tentando atravessar o Mediterrâneo, quando no ano passado o número total de mortes se ficou por 1779.