Privatização da Segurança Social decide-se nas legislativas, diz António Costa
“Há uma escolha fundamental, que é ou nós ou eles. E neste nós ou eles há duas coisas: ou prosseguir a austeridade ou apostar no crescimento, no emprego, no combate à precariedade no crescimento com qualidade, na defesa da segurança social pública, do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e da escola pública”, vincou o líder socialista, à margem da visita que hoje fez ao Festival da Sardinha de Portimão.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
“Há uma escolha fundamental, que é ou nós ou eles. E neste nós ou eles há duas coisas: ou prosseguir a austeridade ou apostar no crescimento, no emprego, no combate à precariedade no crescimento com qualidade, na defesa da segurança social pública, do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e da escola pública”, vincou o líder socialista, à margem da visita que hoje fez ao Festival da Sardinha de Portimão.
O candidato socialista a primeiro-ministro afirmou-se apostado na mobilização dos portugueses, com quem quer fazer "uma coligação” que dê maioria aos socialistas e que permita garantir bens essenciais para a coesão nacional e para a diminuição das desigualdades.
Para o líder socialista, a intenção de privatização de “bens essenciais” [como o Serviço Nacional de Saúde, Segurança Social e Educação] da coligação da direita “é uma enorme ameaça para todos e uma ameaça irracional do ponto de vista económico e do ponto de vista financeiro”.
Em declarações aos jornalistas na véspera da Festa do Pontal, onde este ano discursarão Pedro Passos Coelho (PSD) e Paulo Portas (CDS), António Costa disse já não ter qualquer ilusão sobre a candidatura de direita.
“Já não tenho ilusões, nem esperança”, comentou.
“Depois destes quatro anos, tudo aquilo que o primeiro-ministro e o seu acólito Paulo Portas possam dizer sobre o futuro já me convence pouco”, comentou, referindo-se ao aumento de impostos e aos cortes nas pensões.
Apontando para os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) que indicam que a economia portuguesa cresceu 1,5% no segundo trimestre de 2015, face ao período homólogo, e registou um crescimento em cadeia de 0,4%, António Costa disse que os resultados até ficaram “aquém das próprias expectativas do Governo”.
Escolha de candidato presidencial não vai afectar unidade socialista
António Costa, por outro lado, defendeu que o apoio dos socialistas a um candidato presidencial não vai afectar a unidade do PS.
“Fico satisfeito com a preocupação que vejo toda a gente ter sobre a unidade do PS, mas, quer dizer, se as eleições presidenciais fossem factor de divisão, o que é que haveríamos de dizer da direita”, comentou.
O candidato à Presidência da República António Sampaio da Nóvoa assumiu esta quinta-feira que que "sempre deixou claro que o apoio do PS e dos socialistas era fundamental para o êxito" eleitoral”.
António Costa continuou a não se pronunciar sobre o apoio socialista a candidatos presidenciais, garantindo que só o fará “no momento próprio” e que “não será factor de divisão”.
Contudo, numa entrevista publicada na quinta-feira na revista Visão, António Costa reafirma que “já há um candidato assumido e próximo da família socialista” e que esse é António Sampaio da Nóvoa.
“Uma pessoa pela qual tenho muita estima. E não o revejo na caricatura esquerdista com que tem sido apresentado”, declarou, referindo-se a Sampaio da Nóvoa.
Relativamente à hipótese da candidatura da antiga ministra da Saúde e ex-presidente do PS Maria de Belém, o secretário-geral socialista diz, na entrevista, apenas que “o PS se orgulha muito da sua pluralidade”.
“Acho incompreensível que, numa eleição por natureza proposta por cidadãos e que apela aos princípios da cidadania, se defenda que só têm direito a candidatar-se os nascidos e criados nas estruturas partidárias (…), quando a Presidência da República deve ser, por excelência, o espaço da cidadania”, referiu o secretário-geral do PS.