Paulo Macedo imputa aumento de custos nos hospitais ao medicamento da hepatite C

Introdução do medicamento "causa um impacto muito grande nos hospitais", provocando "o aumento de custos dos hospitais de mais de 50 milhões de euros"

Foto
Paulo Macedo diz que os valores já apurados são “muito elevados” José Sarmento Matos

"Este ano temos uma rubrica bastante diferente dos anos anteriores, relativamente ao medicamento da hepatite C. A grande alteração de custos nos hospitais é o facto de se ter contabilizado o custo do valor do medicamento pelo seu preço de venda sem negociação e agora as notas de crédito virem ao longo do ano, à medida que as quantidades destes medicamentos são consumidos", alegou. No final da inauguração da unidade de cuidados continuados da Associação de Solidariedade Social do Alto Paiva, Paulo Macedo sublinhou que as contas são ainda influenciadas pelos programas de cirurgia adicional.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

"Este ano temos uma rubrica bastante diferente dos anos anteriores, relativamente ao medicamento da hepatite C. A grande alteração de custos nos hospitais é o facto de se ter contabilizado o custo do valor do medicamento pelo seu preço de venda sem negociação e agora as notas de crédito virem ao longo do ano, à medida que as quantidades destes medicamentos são consumidos", alegou. No final da inauguração da unidade de cuidados continuados da Associação de Solidariedade Social do Alto Paiva, Paulo Macedo sublinhou que as contas são ainda influenciadas pelos programas de cirurgia adicional.

"O Governo revelou que fez um programa de cirurgia adicional em que há cerca de 20 milhões de euros que vai pagar aos hospitais, o que será uma receita adicional para as suas contas mediante produção acrescida e irá influenciar as contas deste semestre", acrescentou.

A Direcção-Geral do Tesouro e Finanças divulgou, na terça-feira, que os prejuízos do sector empresarial do Estado aumentaram cinco por cento no primeiro trimestre de 2015 face ao ano passado, sobretudo devido ao comportamento da TAP e do Metropolitano de Lisboa. No sector da saúde, de acordo com a Direcção-Geral do Tesouro e Finanças, os prejuízos agravaram-se 41%, de 67,4 milhões, nos primeiros três meses de 2014, para 95 milhões, no mesmo período deste ano.

No entender do ministro da Saúde, há, no entanto, "uma evolução em termos de semestre semelhante à de 2014 e que, à semelhança de 2014 e de 2013, será invertida no segundo semestre".

"Isto quer dizer que, no final do ano, como tem sido observado ao longo destes anos, os hospitais têm resultados adicionais que não estão registados a esta data, designadamente de notas de crédito obtidas junto da indústria farmacêutica", sustentou. A introdução do medicamento para a hepatite C "causa um impacto muito grande nos hospitais", provocando "o aumento de custos dos hospitais de mais de 50 milhões de euros".

"Vai provocar também o aumento de notas de crédito numa fase dilatada de dezenas de milhões de euros, alterando as contas. No final do ano, esperamos ter um valor próximo do ano passado que foi positivo, à volta de zero: não espero grandes variações", concluiu.

A unidade de cuidados continuados da Associação de Solidariedade Social do Alto Paiva entrou em funcionamento este ano e tem capacidade instalada para 25 camas na área dos cuidados de longa duração. Durante a manhã, Paulo Macedo inaugurou também a unidade de cuidados continuados de Sernancelhe, que, com a de Vila Nova de Paiva.