Preço do petróleo estável com oferta e procura em alta

Crude está abaixo dos 50 dólares por barril.

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O petróleo e derivados ficam mais caros com a desvalorização do yuan Reuters

O barril de Brent – uma classificação que integra o petróleo extraído no Mar do Norte e é um dos principais indicadores internacionais para o preço desta matéria-prima – foi transaccionado nesta quarta-feira a preços entre os 49 e os 50 dólares, valores semelhantes aos verificados no resto do mês. Já o preço de referência da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), calculado a partir de um cabaz composto por petróleo extraído nos seus 12 países-membros, anda em torno dos 47 dólares, também em linha com o que tem vindo a ser registado ao longo de Agosto. 

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O barril de Brent – uma classificação que integra o petróleo extraído no Mar do Norte e é um dos principais indicadores internacionais para o preço desta matéria-prima – foi transaccionado nesta quarta-feira a preços entre os 49 e os 50 dólares, valores semelhantes aos verificados no resto do mês. Já o preço de referência da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), calculado a partir de um cabaz composto por petróleo extraído nos seus 12 países-membros, anda em torno dos 47 dólares, também em linha com o que tem vindo a ser registado ao longo de Agosto. 

Estes preços são menos de metade do que eram há um ano. A 12 de Agosto de 2014, o barril de Brent custava 103 dólares. Estava então no princípio da trajectória descendente que se prolongaria até ao início de Fevereiro deste ano. Nesse mês, os preços voltaram a ultrapassar a barreira dos 50 dólares.

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A desvalorização do yuan  permite à China fomentar as exportações, mas torna mais cara a compra de petróleo e produtos derivados, cujos preços são fixados em dólares. O desacelerar da economia chinesa – que motivou a desvalorização – também tem lançado sombras sobre a procura futura por parte deste país.

A depreciação da divisa, contudo, não significa necessariamente uma quebra nas volumosas compras de petróleo que alimentam as reservas chinesas, dado que o preço baixo do barril mais do que compensa a diferença cambial. Por outro lado, relatórios tanto da OPEP como da Agência Internacional de Energia (AIE), uma organização intergovernamental de que Portugal faz parte, apontaram esta semana para uma subida da procura por petróleo, acompanhada, porém, por uma produção excedentária.

“Os agentes no mercado do petróleo estão a ajustar-se a um mundo de preços mais baixos. As nossas últimas previsões mostram uma procura mais forte do que o antecipado e que o aumento da oferta fora da OPEP se vai transformar em contracção no próximo ano”, lê-se no relatório da AIE. “Embora tenha claramente começado um reequilíbrio, este processo vai provavelmente ser prolongado, já que se espera que o excesso de oferta persista ao longo de 2016”.

A OPEP também reviu em alta as projecções de procura para este ano e antecipa uma procura recorde de 96 milhões de barris diários para 2016. No entanto, contrariamente à AIE, esta organização espera um crescimento da oferta por parte dos restantes países, tanto em 2015, como no próximo ano.

Por outro lado, o abrandar da economia chinesa e a desvalorização do yuan estão a fazer-se sentir no comércio internacional de metais. Com uma menor procura interna e uma divisa mais favorável a exportações, o aço e alumínio chineses estão a inundar o mercado, levando a uma quebra de preços e criando receios sobre uma possível guerra de divisas entre países. De acordo com números compilados pela agência Bloomberg, a exportação chinesa de aço cresceu 27% nos primeiros sete meses do ano, ao passo que as vendas de alumínio subiram 28%. Também o cobre sofreu uma queda, de cerca de 1%, atingindo o valor mais baixo dos últimos anos.

Já o ouro, que tende a ser um refúgio de segurança quando alguns mercados, como o das divisas, mostram sinais de desvalorização, tem vindo a registar subidas ligeiras ao longo de Agosto, após ter sofrido em Julho a maior queda mensal dos últimos dois anos.