"Finalmente há fumo branco" no acordo entre Grécia e credores
Há apenas "dois ou três pequenos assuntos" por resolver, disse Euclides Tsakalotos no final de 23 horas de negociações.
As declarações do ministro grego foram feitas no final de 23 horas de negociações com representantes dos credores, em Atenas.
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As declarações do ministro grego foram feitas no final de 23 horas de negociações com representantes dos credores, em Atenas.
O acordo que está a ser negociado inclui um empréstimo num valor estimado em 86 mil milhões de euros, a ser concedidos ao longo dos próximos três anos – pelo menos três mil milhões são necessários até 20 de Agosto, para que o governo de Atenas possa pagar uma tranche anterior ao Banco Central Europeu.
Um outro responsável do Ministério das Finanças da Grécia, que a agência Reuters não identifica, disse que as duas partes já chegaram a acordo em relação ao fundo que tem como objectivo gerir as privatizações. "Finalmente há fumo branco", cita a agência de notícias. "Foi alcançado um acordo. Agora estão a ser discutidos uns detalhes."
O jornal grego Kathimerini avança que o acordo tem 35 pontos, que têm de ser todos implementados antes de Atenas começar a receber o empréstimo – algo que deverá acontecer já nesta quinta-feira, numa sessão extraordinária do Parlamento grego, para que os ministros das Finanças da zona euro possam analisar o acordo na sexta-feira. Depois destes dois passos, será ainda necessário esperar pela aprovação dos parlamentos de alguns países da moeda única.
O governo grego espera receber uma primeira tranche de 25 mil milhões de euros, um valor que será usado para pagar aos credores, saldar dívidas do Estado e recapitalizar o sector bancário.
Entre os pontos acordados estão a redução do preço dos medicamentos genéricos; a revisão do sistema de pensões; a progressiva eliminação das reformas antecipadas; o fim de isenções fiscais para as ilhas até ao final de 2016; a implementação de reformas no mercado de trabalho; a liberalização do mercado da energia; e o cumprimento do programa de privatizações que já está em curso.
À margem da maratona de negociações, o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, anunciou na noite de segunda-feira uma série de medidas, que incluem o fim dos benefícios fiscais de deputados e ministros.
"Quando se fala em acabar com benefícios fiscais dos agricultores, não podemos fazer-nos indiferentes sobre as nossas próprias vantagens", declarou, à saída de uma reunião com os ministros-adjuntos da Reforma Administrativa e das Finanças. "É uma iniciativa política que não tem apenas como objectivo conseguir poupança, tem também um significado simbólico."