Há uma cidade a nascer na “Nova Selva”
Maior edifício do principal acampamento de imigrantes Calais é uma igreja recém-inaugurada no “bairro” dos etíopes e dos eritreus.
É graças aos materiais que diferentes ONG vão fornecendo que Abdulaziz se prepara para deixar a tenda onde viveu dois meses. Como começa a acontecer com alguns destes imigrantes, o sudanês que fugiu “dos massacres do Darfur” já pensa em desistir do canal e “ficar em França”. Uma parte dos afegãos (o acampamento divide-se em campos de pessoas que se agrupam por nacionalidade) que se juntaram para criar o “bairro comercial”, com cabanas em que vendem produtos de mercearia, também dizem o mesmo.
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É graças aos materiais que diferentes ONG vão fornecendo que Abdulaziz se prepara para deixar a tenda onde viveu dois meses. Como começa a acontecer com alguns destes imigrantes, o sudanês que fugiu “dos massacres do Darfur” já pensa em desistir do canal e “ficar em França”. Uma parte dos afegãos (o acampamento divide-se em campos de pessoas que se agrupam por nacionalidade) que se juntaram para criar o “bairro comercial”, com cabanas em que vendem produtos de mercearia, também dizem o mesmo.
A “Nova Selva” é totalmente auto-administrada, mas aqui acaba de abrir uma escola, por exemplo, onde uns 20 adultos aprendem francês com “18 professores voluntários vindos de toda a região”, explica um dos imigrantes.
Mas a estrutura mais imponente não é a cabana maior e mais sólida que acolhe os alunos e sim a igreja ortodoxa no “bairro” etíope e eritreu, com 15 metros de altura e terminada de construir há duas semanas. No interior, há altares e relíquias. Na ausência de um pavimento, à entrada há um tapete do Winnie The Pooh. “A missa é aos sábados a seguir ao almoço. Chegamos a receber 200 fiéis de cada vez”, conta um eritreu de 17 anos.
Quem se ocupa da igreja ainda não está satisfeito com o trabalho final. Para além de um muro “para que este seja um lugar limpo, sem detritos”, há planos para instalar um jardim em redor do edifício que assim passará a diferenciar-se mais das quatro mesquitas que funcionam na “Nova Selva”,