Merkel prepara-se para concorrer a quarto mandato, diz revista Der Spiegel
Fontes dizem que já começaram as preparações para que a chanceler alemã concorra a um quarto mandato em 2017 e que decisão será anunciada em 2016.
Em 2005, Merkel conseguiu uma vitória magra para a União Democrata Cristã (CDU) sobre os seus rivais sociais-democratas (SPD). Mas desde então tornou-se uma das políticas mais eficazes e populares da Alemanha, reduzindo e afastando rivais internos e externos (todos os potenciais rivais dentro da CDU foram sendo postos de parte, e os partidos com quem governou – SPD e liberais – foram penalizados nas eleições).
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Em 2005, Merkel conseguiu uma vitória magra para a União Democrata Cristã (CDU) sobre os seus rivais sociais-democratas (SPD). Mas desde então tornou-se uma das políticas mais eficazes e populares da Alemanha, reduzindo e afastando rivais internos e externos (todos os potenciais rivais dentro da CDU foram sendo postos de parte, e os partidos com quem governou – SPD e liberais – foram penalizados nas eleições).
Numa sondagem feita no final de 2014, quando Merkel venceu de novo a liderança do seu partido em congresso, mais de metade dos alemães (56%) disseram gostar que concorresse a um quarto mandato. Nos últimos anos, a chanceler tem encabeçado as listas dos políticos mais populares da Alemanha, e apenas perdeu esse lugar com o escândalo de espionagem da agência norte-americana e a possível colaboração dos serviços secretos da Alemanha. Mesmo assim, mantém uns invejáveis 67%.
Se concorrer, e vencer, em 2017, Merkel, que fez 61 anos no mês passado, tornar-se-á uma das chefes de Governo da Alemanha com mais tempo no cargo, a seguir ao seu mentor Helmut Kohl (16 anos) e ao já muito distante Otto von Bismark (19 anos).
Merkel nunca disse se iria ou não concorrer a um quarto mandato quando questionada em entrevistas. Numa das últimas vezes em que a questão foi abordada, disse que decidirá em cima da hora.
Na altura, um livro do editor de política do jornal de brande circulação Bild, Nikolaus Blome, dizia que Merkel costumava dizer que um chefe de Governo não deveria estar mais do que dez anos no cargo, citando um responsável da chancelaria. Merkel negou na altura que deixasse o mandato a meio, mas que decidiria sobre um quarto mais perto das eleições. Segundo a revista Spiegel, a decisão será anunciada em 2016, mas o caminho está já a ser preparado.
Para a CDU, é uma bênção e um problema, já que é a única possível chanceler realmente popular (o seu ministro das Finanças ultrapassou-a no auge da crise grega, mas já não tem idade para concorrer, a alternativa mais próxima seria Ursula von der Leyen, ministra da Defesa). O partido tem descido em geral em eleições em estados-federados, o que o deixa mais dependente de uma candidatura forte nas eleições legislativas.
Ironicamente para uma mulher sem filhos, Merkel é conhecida como Mutti – a mãe dos alemães, que preferem ser governados sem sobressaltos e com estabilidade.